Viver Bem: Hipertensão pode ser hereditária, mas o estilo de vida pode desenvolver a doença

A hipertensão pode ser hereditária, mas o estilo de vida também pode fazer com que se desenvolva a doença. Há cuidados

Por: Nathália de Alcantara  -  22/05/21  -  20:46
 Hipertensão pode ser herdada em boa parte dos casos, mas os fatores como alimentação e comportamento também entram na lista de causas
Hipertensão pode ser herdada em boa parte dos casos, mas os fatores como alimentação e comportamento também entram na lista de causas   Foto: Hush Naidoo/Unsplash

Pelo menos três em cada dez adultos brasileiros tem hipertensão, a famosa pressão alta, segundo dados do Ministério da Saúde. O detalhe é que a maioria nem sabe que sofre da doença, que na maioria das vezes é silenciosa.


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A cardiologista Monica de Albuquerer explica que a hipertensão pode ser herdada em boa parte dos casos, mas os fatores como alimentação e comportamento também entram na lista de causas ou agravamentos dessa enfermidade.


“O grande problema de quem tem essa doença é a demora para diagnosticá-la. Quando aparecem os primeiros sintomas, a pessoa normalmente já está convivendo com a hipertensão há muitos anos.”


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Essa demora, segundo a especialista, só agrava o quadro. O que poderia ser cuidado com práticas esportivas e boa alimentação acaba dando lugar a remédios de controle da pressão.


“A doença é grave por ser fator de risco, principalmente, para infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC), o derrame. A pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para que o sangue seja distribuído corretamente no corpo, por exemplo.”


Exames


O cardiologista Orlando de Castro lembra que a doença está frequentemente associada a alterações de colesterol, excesso de peso, intolerância à glicose e diabetes mellitus.


“Na lista de comorbidades anunciada pelo Ministério da Saúde para a vacina contra a covid-19, há a indicação de três estágios de hipertensão, e muitos não levam a doença a sério. É uma questão de costume do brasileiro não entender a gravidade da hipertensão, que deve ser encarada com seriedade.”


Ele recomenda que sejam feitos exames todos os anos para detectar essa e outras doenças de maneira precoce, a fim de que seja necessário um cuidado menos agressivo.


“A hereditariedade é um fator de risco importante sobre o qual não temos controle”, diz, ao citar que os filhos têm 25% de risco de desenvolver a doença. Sabendo desse detalhe, é fundamental fazer exames de acompanhamento e, mais importante, já adotar desde cedo uma postura saudável, sem excesso de bebidas alcoolicas e cigarro”, recomenda Orlando.


Um grande vilão nessa história é o sal. Seu onsumo excessivo está relacionado ao aumento no risco de doenças crônicas, como a hipertensão. Os alimentos ultraprocessados, como enlatados, salgadinhos e embutidos, são ricos em sódio, que é o principal componente do sal — um alerta de perigo.


“O excesso de peso também influencia no aumento da pressão arterial, enquanto a perda de peso para níveis saudáveis contribui para redução ou manutenção da pressão. Atividades leves, como caminhadas e natação, fazem toda a diferença para controlar a doença”, diz o cardiologista Sérgio Ramos.


Ele lembra que a hipertensão não tem cura, mas tem controle e tratamento. “Os pacientes têm ficado mais vulneráveis diante do coronavírus e, por isso, todo cuidado é pouco. É uma bora hora para quem queria começar a se cuidar.”


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