Viver Bem: estresse e esgotamento mental aumentam durante a pandemia
Especialistas dizem que a sensação tem a ver com o adiamento de sonhos e planos
O prolongamento da pandemia, a interrupção de sonhos e desejos, além do aparecimento de novas variantes e ondas de coronavírus têm feito aumentar os casos de estresse e a sensação de esgotamento mental. Mas, quando todo esse pesadelo parecer não ter fim, só pare e respire fundo.
Segundo a coordenadora de Mestrado em Psicologia, Desenvolvimento e Políticas Públicas da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Maria Izabel Calil Stamato, muita gente tem vivido a sensação de que os cansaços mental e físico chegaram ao limite.
“A condição de isolamento nos tirou de toda a rotina e também o que alimenta o que chamamos de pulsão da vida, a vivacidade de sair e ir para o trabalho, de encontrar os amigos, o desejo de viver e ter perspectivas, de alimentar os sonhos”.
A especialista explica que, além de tudo isso estar interrompido por tempo indeterminado, outras questões também aumentam o estresse.
“Tudo está associado a essa grande incerteza de todo lado. Temos a questão da saúde, a econômica, a condição política do País. Ver essa situação toda gera muito estresse e sofrimento. É um estresse tóxico, que não se interrompe, e pode levar a um sofrimento de adoecimento. As pessoas se sentem esgotadas do ponto de vista físico também”.
Maria Izabel diz que aumentou muito o número de pessoas que têm procurado ajuda em função desse sofrimento, que gera até tentativas de suicídio e transtornos de comportamento.
“Para não ter sequelas emocionais, procure ajuda profissional quando houver a necessidade. Mas também recorra à meditação, a algo que goste, como cuidar de plantas, ver filmes leves e coisas que diminuam a ansiedade. Se aquiete ouvindo música”, recomenda.
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Projetos
O psicólogo e mestre em Educação Luiz Cancello diz que a expectativa era de que o fim da pandemia acontecesse ainda em 2020. “O prolongamento dessa situação provocou adiamento indefinido de planos, projetos de vida. Isso deixou as pessoas perdidas, sem saber quando vão executar seus desejos e levar a vida que queriam”.
Essa soma de fatores leva à ansiedade e à depressão, explica o especialista. “As crises de ansiedade têm aumentado demais. Esse adiamento também leva à descrença de que nunca mais se poderá fazer algo ou a vida e que tudo voltará ao normal”, diz Cancello.
Por isso, ele recomenda conversas com amigos por lives ou encontros seguros ao ar livre, querer aprender algo novo como uma língua ou artesanato, procurar meditação ou a psicoterapia. “Os psiquiatras estão muito ativos neste momento”.
