Vitamina D mantém corpo saudável contra Covid-19 e outras doenças
Pesquisadores de universidade italiana observaram que muitos pacientes com coronavírus tinham deficiência da vitamina
Um estudo “preliminar” realizado pela Universidade de Turim, na Itália, indica que muitos pacientes diagnosticados com coronavírus (Covid-19) no país apresentam deficiência de vitamina D – hormônio estimulado pelo sol em contato com a pele e fundamental para a prevenção de doenças ósseas. Ainda que não exista base científica para correlacionar a doença à falta da vitamina, esta tem um papel fundamental para o organismo e para a imunidade das pessoas.
O professor titular da disciplina de Endocrinologia da Unimes, Paulo Galeti Maccagnan, aponta que, apesar de as pesquisas na Itália e China mostrarem essa ligação, é preciso lembrar que os países estão no fim do inverno. “Temos que ter cautela para estabelecer causas e efeitos”.
Além de ressaltar que a vitamina D é fundamental para a saúde dos ossos, ele conta que existem estudos que a relacionam como um importante valor para a imunidade em casos de infecções agudas de trato respiratório. Por outro lado, também aponta que outras pesquisas não indicam essa proteção.
Fato é que a deficiência da vitamina no organismo pode deixar o corpo desprotegido. E, portanto, deve-se regular os níveis hormonais (sem superdosagem) para fortalecer a imunidade.
Suplementação
Maccagnan diz que a ingestão do suplemento é indicada, ainda mais em tempos de restrições, onde muitos estão mais dentro de casa.
De acordo com ele, uma dosagem segura, por adulto, seria algo entre 400 unidades até 1 mil unidades por dia, ou 7 mil unidades uma vez na semana. O médico aponta que essa quantidade não é prejudicial.
Aos que já fazem a suplementação, a orientação é não exceder os valores receitados.
Imunidade
A médica nutróloga Mariliza Freire também entende que o estudo da Universidade de Turim ainda é preliminar, mas reforça como a vitamina D está ligada a uma melhor imunidade.
"Já sabemos que tem muita relação com a parte de atividade imunológica e com prevenção de infecções. De uma forma geral, a vitamina D é importante para diversas coisas. Independentemente de ter relação ou não com o coronavírus, acho extremamente importante considerá-la para [a prevenção] de outras doenças".
Mariliza destaca que a vitamina D, por exemplo, modula a parte de doenças imunológicas, relacionadas a metabolismo ósseo, metabolismo muscular, além de ter relação com doenças autoimunes e, nas crianças, previne o retardo do crescimento e raquitismo. "Tem inúmeros papéis em nosso corpo, tanto na proteção, quanto no tratamento de doenças".
Sol e alimentos
O médico ressalta que, como a indicação é ficar em casa, poucos têm a oportunidade de sair ao sol e, mesmo assim, tal exposição, de 30 minutos ao dia, beneficia mais aos jovens. Quem tem entre 40 e 50 já apresenta queda na produção da vitamina D e, portanto, é indicada a suplementação.
Quanto aos alimentos ricos em vitamina D, ele diz que a ingestão não é suficiente para equilibrar os níveis.
Riscos e sintomas
A suplementação de vitamina D deve ser feita via oral e não endovenosa (pela veia). A superdosagem pode causar intoxicação, problemas renais e elevar o cálcio. Ao mesmo tempo, a falta da vitamina no organismo tende a causar sintomas como dores nas articulações, nos músculos e ossos, além de fadiga e fraqueza muscular.