Saiba qual a hora certa de procurar um médico
Febre alta e falta de ar são fatores de risco
Febre alta que não melhora e falta de ar são sintomas suficientes para buscar atendimento médico de emergência. Não significa que você esteja com Covid-19, mas são dois sinais para ir atrás de socorro.
Quem faz o alerta é Nicolle Queiroz, cardiologista e médica dos hospitais Albert Einstein e São Luiz. “Em 90% das vezes, o coronavírus terá uma apresentação leve, parecendo resfriado. Então, fica difícil no primeiro momento você diferenciar a doença de uma gripe ou resfriado”.
Pessoas acima de 60 anos ou que tenham doenças respiratórias, cardiovasculares e diabetes estão mais propensas a contrair a doença, lembra Felix Ramires, cardiologista e coordenador do programa de Insuficiência Cardíaca do Hospital do Coração (HCor). E quando o novo coronavírus tem tendência a complicar, costuma apresentar febre maior do que 37,8°C e falta de ar.
“São os sintomas respiratórios que chamam mais a atenção. Muitas vezes, o paciente não consegue fazer essa diferenciação sozinho. Por isso, a orientação é procurar um pronto-socorro quando a falta de ar estiver progredindo e não melhorar com os antigripais normais”, fala Nicolle.
Já o médico do HCor diz que idosos têm menos probabilidade de apresentar febre. Portanto, um quadro com tosse, dispneia e mialgia deve ser valorizado nessa população. “Os tratamentos sugeridos em diretrizes para pacientes cardiopatas podem oferecer proteção adicional nesses casos e devem ser avaliados individualmente. As vacinas de gripe e pneumonia devem estar em dia nessa população, com o objetivo de evitar uma infecção secundária caso acometido pelo novo coronavírus", diz o cardiologista do HCor.
Sinal vermelho
Como explica a médica, se existe um quadro de febre que não melhora, falta de ar em curva de piora e a pessoa não se sente bem, é hora de agir. “E não importa se é o pronto-socorro da rede pública ou privada. Ambos os serviços estão treinados para receber os casos suspeitos e até os confirmados de coronavírus”.
Segundo ela, só estão sendo feitos exames nos casos suspeitos em que há febre, falta de ar e contato do paciente com alguém suspeito ou confirmado da doença ou esteve em algum lugar onde havia pessoas contaminadas. “Nós não vamos esgotar os testes à toa, lembrando que ainda não existe vacina nem medicação”.
Em caso de positivo, a pessoa deve permanecer 14 dias em seu domicílio. “Se não precisa de inalação, oxigênio ou já faz uso de medicação, ela é liberada para casa se estiver estável. O serviço médico fica sempre de apoio, caso piore”.
Ficar em isolamento residencial, salvo os casos raros, é a melhor alternativa. “O coronavírus é transmitido pelas gotículas de saúde e sem contato com outras pessoas, os impactos são imensos”, esclarece a especialista, lembrando que se trata de uma recomendação do Governo do Estado.
“Mesmo que assintomática, porque sabemos que a população mais idosa e com comorbidades, como problemas pulmonares, doença cardíaca ou câncer são muito mais suscetíveis a um desfecho grave e até óbito”.