Outubro Rosa: Tratamentos preservam fertilidade em mulheres com câncer de mama
Especialista explica técnica de congelamento de óvulos a fim de manter vivo o sonho de ser mãe
O câncer de mama é o que mais afeta mulheres no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que 30% dos novos casos desta patologia entre mulheres, neste ano, será deste tipo. E um dos reflexos dos tratamentos oncológicos é a possível infertilidade.
Especialistas confirmam que a fertilidade pode ser afetada ao longo do processo. Isso porque medicamentos e terapias comuns em casos de câncer podem danificar os óvulos. Esse efeito colateral é um dos abordados durante o Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a doença na mama.
O médico especialista em reprodução humana, Condermar Marcondes, explica que existem alternativas para buscar a cura da doença, mantendo o sonho da maternidade vivo. Uma das opções é o congelamento de óvulos e embriões.
“Este procedimento deve ser feito antes da terapia, ou seja, de o tratamento do câncer ser iniciado”, diz o especialista. A técnica, entretanto, exige alguns cuidados. Condesmar diz que a coleta deve ser posterior ao estímulo ovariano controlado. O procedimento pode levar três semanas.
Entretanto, antes de se começar este procedimento, é preciso avaliar o quadro clínico da paciente. Isso porque as altas doses de hormônios, necessárias para o estímulo ovariano, podem gerar crescimento de tumores sensíveis, inclusive o de mama.
Por isso, este tipo de estímulo ovariano é aconselhado apenas para mulheres que não tenham tumores sensíveis a hormônios e quando o tratamento do câncer não começa imediatamente após a descoberta da patologia.
Para casos como estes, o indicado é adotar procedimentos diferentes, com estímulo ovariano modificado. Este tratamento dura até 12 dias.
Mais técnicas
Além destas, o médico pode indicar outras técnicas para manter a fertilidade da paciente. "Entre outras alternativas, é possível efetuar também congelamento de tecido ovariano ou tentar transposição dos ovários. No entanto, cada caso deve ser estudado, para que o profissional indique o caminho com menor risco para a mulher e maior probabilidade de sucesso posterior ao tratamento oncológico", conclui Condesmar.