'Doença do silicone': médico minimiza medo de mulheres e critica busca por remoção de implantes

Explante só deve ser feito após intensa avaliação médica; troca é sempre necessária

Por: Maurício Martins  -  18/04/22  -  15:47
Atualizado em 19/04/22 - 14:11
Mulheres estão preferindo implantes menores, afirma especialista
Mulheres estão preferindo implantes menores, afirma especialista   Foto: Adobe Stock

O explante de silicone, que é retirada das próteses mamárias de forma definitiva ou para a troca, precisam ser muito bem avaliadas e com critérios específicos, explica o cirurgião plástico Jorge Luiz Abel, especialista em cirurgia de mama. Segundo ele, existem hoje aproximadamente 40 milhões de mulheres com implante de silicone no mundo.


Abel ressalta que muitas mulheres estão retirando o implante com medo da 'doença do silicone', chamada de Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes, que pode ter como causa a prótese. O especialista afirma, porém, que os casos são raros.


“Notamos um certo exagero nas indicações dos explantes. Porque as pacientes se enquadram naqueles sintomas (da doença) e acham que o implante que levou a ter os problemas. Mas já existem estudos que mostram o contrário: pacientes que retiraram continuaram com os mesmos problemas. E você tem contato com silicone todo dia, em creme para hidratar corpo, xampu, esmalte de unha”.


Segundo o especialista, há um alto número e pacientes que retiraram e pedem para colocar novamente após um tempo. “A mama tem um apelo lúdico muito forte para a mulher. Mexe com feminilidade, sexualidade, maternidade. Então é muito importante que o cirurgião explique isso para a paciente”.


Troca do silicone

Jorge Luiz Abel afirma que não existe implante que seja para sempre, a troca será necessária. Porém, ele enfatiza que não há um período certo. “Se o ultrassom, a mamografia e a ressonância magnética estão normais, se o exame físico não tem alteração e a paciente está feliz com o aspecto da mama, não precisa trocar. Não importa se tem cinco, dez ou 15 anos”.


O especialista diz que há uma queda no número de mulheres que colocam silicone e o tamanho do implante também tem diminuído. “Mas acho que daqui a pouco vai voltar (a subir). Os implantes tiveram um avanço muito grande, tanto na qualidade do gel, quanto na cobertura, nas barreiras para impedir o suor do silicone de dentro para fora”.


Cuidados com botox

O cirurgião plástico Paulo Matsudo, especialista em aplicação de botox, explica que a toxina botulínica foi descoberta na degradação de produtos. Um agente químico ruim que passou a ser usado de forma benéfica no ser humano.


“A Baixada Santista tem um apelo pela beleza. As pessoas se expõem ao sol e tem as consequências devastas que ele traz ao longo do tempo. Quando a pessoa vai para o sol, acaba franzindo e marcando a pele, causa envelhecimento”, explica.


Segundo Matsudo, peeling associado ao botox é muito eficiente para as rugas. “Hoje existem mais de 10 toxinas botulínicas no mundo, cada uma com sua característica. É um procedimento que veio para ficar. Fiz um trabalho (sobre botox) em 1995 e só foi aprovado para fins estéticos em 2000”.


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