Dia do Médico: pediatra de Santos é referência há 50 anos no litoral de SP
Com 76 anos, doutor Valter Rollemberg Leite tem cinco décadas dedicadas a medicina
Naquele ano de 1951, Valter Rollemberg Leite era apenas uma criança quando viu a tia, grávida, ser examinada em casa por um médico. A cena jamais saiu da cabeça dele. “Era o doutor Ribeiro Gomes, ajoelhado, como em posição de prece, para examinar melhor. Um homem alto, com toda a estatura moral, se doando à paciente. Isso mexeu comigo, eu queria ser como ele. Aquilo me inspirou”.
O tempo passou e a certeza aumentou, até entrar na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e se tornar médico, em 1970. Formado, ficou cinco anos fora do Brasil. Fez pós-graduação nos Estados Unidos e especialização no Canadá. Voltou pediatra e deu plantões nos hospitais Infantil Gonzaga e dos Estivadores. Em 1979, inaugurou seu primeiro consultório em Santos.
Hoje, com mais de cinco décadas na profissão e 76 anos de idade, parar de atender pacientes não está nos planos do doutor Valter.
“Vou fazer 51 anos de profissão. Eu já poderia ter fechado o consultório, mas não posso jogar fora o conhecimento. A gente vai renovando, se aperfeiçoando. O médico funciona como um professor, não basta dar um remédio, fazer uma receita. Enquanto eu tiver saúde física e mental, continuarei”.
O pediatra explica que conversar e examinar o paciente é fundamental, transmitindo a segurança da “mão firme, mas terna, suave”.
Na sala dele, a disposição dos móveis é feita de maneira que não fique uma mesa interposta entre médico e paciente.
Valter diz ser realizado na profissão e que não há nada que pague o sorriso de uma criança ao final da consulta.
“Imagina : eu estou sentado na minha cadeira, após o atendimento, e a criança de 4 anos pergunta para o pai se pode dar um beijinho no tio. Se dirige a mim e levanta o rosto. Você consegue conceber um elogio maior? Aquilo mexe com a gente, sentimos isso na alma”.
Toca na alma - “Imagina eu sentado na minha cadeira, após o atendimento, e a criança de 4 anos pergunta para o pai se pode dar beijinho no tio. Se dirige a mim e levanta o rosto. Você consegue conceber um elogio maior? Aquilo mexe com a gente, sentimos isso na alma” - Valter Rollemberg Leite, médico pediatra