Cuide de você: Saiba como manter uma rotina equilibrada

Pequenas atitudes no dia a dia ajudam a agregar conforto e bem-estar a uma rotina cada vez mais cheia de preocupações

Por: Júnior Batista  -  08/08/20  -  12:45
Psicólogo explica que os hábitos que podem ser incluídos ou mudados são os que trazem satisfação
Psicólogo explica que os hábitos que podem ser incluídos ou mudados são os que trazem satisfação   Foto: Imagem ilustrativa/Ethan Haddox/Unsplash

Para viver bem, é preciso ter equilíbrio em todos os sentidos, sejam eles emocionais ou físicos. Manter essa balança equilibrada nas diversas áreas da vida agrega conforto e bem-estar para a luta contra as pressões às quais ficamos expostos diariamente. Para isso, são necessários bons hábitos, que mantenham bem-estar e tragam sensação de prazer e felicidade. Especialmente durante a quarentena, a principal meta deve ser a busca pela alegria, eliminando as tensões.


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De acordo com o psicólogo Bruno Farias, há pelo menos cinco áreas às quais precisamos ficar atentos quando falamos em equilíbrio de vida: saúde física (corpo) e mental (emocional), familiar, social, financeira e particular (hábitos e características). 


“Se mudar algum hábito do dia a dia ajudar a equilibrar uma dessas cinco áreas, ele é bem-vindo. Porém, se esse hábito desequilibrar minha saúde familiar, por exemplo, eu preciso repensar a estratégia. Não vale incluir ou retirar algo que desequilibre alguma dessas áreas”, explica o psicólogo.


Alterações de pequenos hábitos no dia a dia são bem-vindas sempre. No entanto, nesses tempos de pandemia, é preciso ter muito cuidado e evitar que algo que deveria ser uma distração se torne mais um motivo de ansiedade. 


“Incluir pequenos hábitos ajuda, mas estamos num sistema que quer nos fazer acreditar que quanto mais produtivos formos, mais valor teremos. Essa ideia é uma enganação. O mundo vende o conceito de que as pessoas têm que trabalhar enquanto os outros dormem. O problema é que, se nós acreditarmos nesse estilo de vida, ele vai cobrar um preço. E esse preço que se cobra interfere diretamente na nossa saúde e nossa própria vida, porque tempo é vida”, avisa Farias.


O psicólogo explica que os hábitos que podem ser incluídos ou mudados são os que trazem satisfação. “Faz de conta que a pessoa tem mais tempo em casa e gosta de ler. Tem o hábito da leitura. Por puro prazer, ela vai se dar a chance de ler aquela obra mais complexa, algo que ela queria aproveitar e assimilar com mais atenção. Esse é um bom hábito”.


Ajustes


Para a doutora em Psicologia Social e coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Gisela Monteiro, pequenas mudanças podem fazer bem quando representam ajustes no cotidiano, ajudando a organizar melhor as tarefas do dia a dia. 


“No mundo dinâmico em que vivemos, com transformações frequentes, essas mudanças podem otimizar o tempo e nos adequar às novas realidades. Para que isso aconteça, é preciso estar atento a essa necessidade”.


Para conciliar tantas mudanças, ela reforça que é só ficar atento à realidade. “Penso que não mexer em nada ou mudar constantemente são os extremos a serem evitados. Quanto, como, quando e por qual motivo mudar dependem de observação das circunstâncias de vida e realidade interna. A auto-observação e a autoanálise são as chaves disso”.


Acredite: sentir medo pode ser um bom sinal


É comum que, no momento de se optar por alguma mudança, surjam diversos sentimentos. Um deles é o medo. Quando ele representa um receio, isso é bom. “O receio é a reflexão antes de uma decisão ou antes de uma atitude. Se estou inseguro com algo a ser decidido, é receio”, resume o psicólogo Bruno Farias.


Ele explica que o receio leva à reflexão, que pode mostrar que aquela mudança de hábito ou atitude pode trazer benefícios para equilibrar as cinco áreas citadas no texto ao lado. O medo ou receio podem dar um sinal verde para prosseguir com determinada mudança.


Por outro lado, o receio também pode mostrar que uma alteração não será tão bem-vinda quanto imaginamos inicialmente ou poderá desequilibrar outras áreas. “Medo é uma emoção que não deve ser subestimada e em muitos casos vale a pena procurar ajuda profissional”.


Para a doutora em Psicologia Social Gisela Monteiro, o medo é saudável e sinaliza que pode haver um perigo ou ameaça à integridade da pessoa. “Ele se torna um problema quando é desproporcional, sendo muito mais intenso que a ameaça potencial. Quem não tem medo de nada corre riscos desnecessários e quem teme demais pode ter seu desenvolvimento paralisado. A resposta é a autoanálise ou, se preciso, a avaliação de um profissional de saúde mental”.


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