Câncer de cólon que matou Chadwick Boseman atinge 80 pessoas por ano em Santos

Doença é a 3ª principal causa de morte entre neoplasias no ocidente.

Por: Gabriel Ojea  -  04/09/20  -  10:15
Em 2018, 67 moradores de Santos morreram por conta do câncer de cólon
Em 2018, 67 moradores de Santos morreram por conta do câncer de cólon   Foto: Reprodução e Matheus Tagé/AT

A morte de Chadwick Boseman pegou todos de surpresa e trouxe a tona discussões e dúvidas sobre o carcinoma colorretal, conhecido como câncer de cólon, doença que tirou a vida do ator. A enfermidade é um dos tumores malignos mais comuns no ocidente, sendo considerada a 3ª principal causa de morte entre as neoplasias.


Na Baixada Santista, a doença faz parte da realidade de alguns moradores. Somente na cidade de Santos, segundo dados fornecidos pela Prefeitura, cerca de 80 internamentos ocorrem anualmente por conta do câncer de cólon. No ano de 2018, a doença tirou a vida de 67 moradores. Em São Vicente, foram registrados 35 casos da doença entre julho de 2019 e julho deste ano e, em Guarujá, foram registrados 11 óbitos da doença em 2020, sendo que 15 pacientes seguem em tratamento.


A doença atinge tanto homens quanto mulheres, sendo ligeiramente mais comum no sexo feminino. Segundo dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), as estimativas apontam aproximadamente 9.170 casos novos para homens e 9.800 casos em mulheres por ano.


Os sintomas mais comuns apresentados por conta da doença variam entre mudança na frequência ou do calibre das fezes ou a presença de sangue nas mesmas. Segundo o Dr. André Perdicaris, especialista em oncologia, quando a doença está em um estado mais avançado, o paciente pode apresentar dor abdominal ou sangue com muco nas fezes.


Entretanto, hoje em dia, há diversas formas de identificar a enfermidade com antecedência. “As taxas de sobrevivência melhoraram significativamente graças aos avanços na prevenção com programas de rastreamento, detecção precoce e tratamento endoscópico com retirada de pólipos intestinais e processos inflamatórios nos cólons”, afirma o oncologista.


No decorrer de sua carreira, Dr. Perdicaris atendeu diversos pacientes que estavam com a doença. “Pessoalmente já recebi inúmeros casos, principalmente do cólon esquerdo, cujo diagnóstico é mais precoce do que o direito, onde as fezes são mais líquidas e o processo obstrutivo se dá mais tardiamente”, diz.


Embora o histórico clínico dos pacientes e exames físicos sejam dados importantes para chegar no diagnóstico, a única forma conclusiva de confirmar a presença da doença é com a soma de dados clínicos endoscópicos com a biópsia. Só com a conclusão é possível começar o tratamento. “A cirurgia com retirada do segmento tumoral é o tratamento ideal. Nos casos avançados com metástases, principalmente hepáticas, a quimioterapia é um recurso que se impõe.”


Assim como a maioria dos tumores malignos, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais chances a pessoa tem de sobreviver. “ É um tumor. Se não for diagnosticado e tratado a tempo, torna-se mortal”, finaliza Perdicaris.


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