AVC pode causar muitas sequelas; entenda

Acidente vascular cerebral acontece por entupimento ou rompimento de artéria no cérebro; o ideal é controlar os fatores de risco

Por: Maurício Martins & Da Redação &  -  17/11/19  -  15:12
Sequelas de um AVC variam muito entre os pacientes, todo cuidado é pouco com a pressão alta
Sequelas de um AVC variam muito entre os pacientes, todo cuidado é pouco com a pressão alta   Foto: Adobe Stock

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacitação no país. O AVC isquêmico representa 85% dos casos, enquanto o hemorrágico responde por 15%. Porém, este último é o mais agressivo e com maior probabilidade de morte. 


A intercorrência acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens, segundo o Ministério da Saúde, e, quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as chances de recuperação completa. 


Existem dois tipos de AVC: hemorrágico e isquêmico. O cirurgião vascular Marcello Romiti explica que as artérias têm dificuldade para aceitar picos hipertensivos (pressão alta repentina) e uma pode romper, inundando aquela área de sangue. “Esse é o hemorrágico”. 


No isquêmico, acontece o entupimento. “A artéria do pescoço, a carótida, pode soltar um fragmento e ele caminhar pela circulação, entupindo uma artéria dentro do cérebro. A área nutrida por essa artéria sofre falta de sangue e pode morrer, com sequelas de maior ou menor gravidade”.


As sequelas variam muito entre os pacientes. Há casos de pouquíssimos problemas e outros que levam à morte. A pressão alta é um fator que pode desencadear e piorar o AVC. Hipertensos devem tomar o remédio como prescrito pelo médico, para evitar os picos.


Sintomas 


Alguns sintomas alertam para a ocorrência de um AVC. A boca torta ao dar um sorriso é um deles, pelo comprometimento de um lado. Outra questão é a alteração motora, com fraqueza de um lado, como no braço, por exemplo. E a fala sai atrapalhada. “Quanto mais cedo der assistência para essa pessoa, melhor. Algumas vezes se consegue reverter o quadro sem sequelas, tem tratamentos para dissolver o trombo dentro da cabeça, se houver”, diz Romiti.


O neurologista Juarez Harding explica que as sequelas são tratadas com fisioterapia, mas em muitos casos os danos podem ser irreversíveis. O melhor é a prevenção. “O AVC é uma doença aguda, súbita e não dá avisos. Quando começam os sintomas, já está se instalando”.


Médica orienta a fazer exames preventivos


A cirurgiã vascular Cláudia Barga afirma que é importante consultar um médico e fazer exames de rotina. Um deles é o doppler de carótidas, que verifica possíveis placas de gordura na região do pescoço. “Esse exame deveria ser solicitado pelos médicos como rastreamento e não só por especialistas”.


Segundo ela, o ideal é que pacientes a partir de 50 anos de idade realizem ultrassom doppler de carótidas e vertebrais. “Isso deveria ser pedido nos postos de saúde, pelos clínicos gerais. Muitas vezes chegam pacientes que já tiveram AVC e acaba sendo tarde demais. O importante é trabalhar com a prevenção”, diz ela, lembrando que má alimentação, com frituras e embutidos, contribuem par ao problema. 


Cláudia cita outros exames que precisam estar na rotina das pessoas, como o de sangue, todos os anos. “Colesterol total e, principalmente, a dosagem do LDL. Muitas vezes, o paciente tem uma vida saudável, porém tem colesterol alto por herança familiar”, explica a especialista.


Palestra gratuita


No próximo sábado (23), às 9h, a AngioCorpore fará evento gratuito com o tema Inimigo silencioso: informação e prevenção podem salvar vidas. Nele, será abordada a doença carotídea, que causa AVC. Inf.: 3208-0800.


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