Anvisa alerta para casos raros da Síndrome Guillain-Barré pós-vacina de CoronaVac, Oxford e Janssen

Agência recomenda continuidade da vacinação, mas solicita que informação seja incluída nas bulas

Por: ATribuna.com.br  -  29/07/21  -  13:56
Atualizado em 29/07/21 - 14:57
 casos da Síndrome de Guillain-Barré após a vacinação são raros, apesar de já conhecidos e relacionados a outras vacinas, como a contra a gripe.
casos da Síndrome de Guillain-Barré após a vacinação são raros, apesar de já conhecidos e relacionados a outras vacinas, como a contra a gripe.   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, nesta quarta-feira (28), que recebeu notificações de casos suspeitos da Síndrome de Guillain-Barré no Brasil, após a imunização contra a covid-19 com as vacinas Oxford/AstraZeneca, Janssen e CoronaVac. Ao todo, foram 34 registros. No entanto, a Anvisa considera os casos raros.


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Segundo a Anvisa, a maioria dos casos são de pessoas que receberam o imunizante da AstraZeneca, com 27 notificações. Em seguida, aparece a vacina CoronaVac com quatro notificações e, por último, a da Janssen, com três registros.


No entanto, os casos da Síndrome de Guillain-Barré após a vacinação são raros, apesar de já conhecidos e relacionados a outras vacinas, como a da gripe. A informação, inclusive, havia sido esclarecida pelo infectologista de Santos, Ricardo Leite Hayden, em entrevista para A Tribuna na última semana.


A síndrome trata-se de um distúrbio neurológico autoimune raro, onde o sistema imunológico danifica as células nervosas do corpo. Porém, a maioria das pessoas se recupera totalmente. O principal risco neste cenário é quando acontece o acometimento dos músculos respiratórios pois, desta forma, a síndrome pode levar à morte.


Vacinação


A Anvisa, portanto, destaca que mantém a recomendação da continuidade da imunização contra a covid-19 com todas as vacinas aprovados pela agência. Isso porque os benefícios superam os riscos.


No entanto, por conta dos eventos adversos raros após a vacinação, a agência também solicitou que as empresas responsáveis pela regularização das vacinas incluam nas bulas as informações sobre o possível risco da síndrome de Guillain-Barré.


Sintomas


De acordo com a Anvisa, a maioria dos pacientes sente primeiro a sensação de dormência ou queimação nas extremidades dos membros inferiores, como pés e pernas, e, em seguida, nos superiores como mãos e braços. Além disso, em 50% dos casos, o paciente sente dor neuropática lombar ou nas pernas. A fraqueza progressiva também é um dos sinais mais perceptíveis.


Os sintomas também incluem visão dupla ou dificuldade em mover os olhos, em engolir, falar e até mastigar. A Anvisa também esclarece que problemas de coordenação ou com o controle da bexiga e função intestinal também podem ser sinais. Desta forma, as pessoas vacinadas que desenvolveram sinais e sintomas sugestivos da síndrome devem procurar atendimento médico imediato.


Notificação


As ocorrências da síndrome de Guillain-Barré pós-vacinação contra covid-19 devem ser relatadas à Anvisa. Da mesma forma, é essencial o cuidado na identificação do tipo de vacina suspeita de provocar o evento adverso, como número de lote e fabricante.


Tanto os profissionais de saúde como os cidadãos podem notificar eventos adversos pelo e-SUS Notifica e pelo formulário web do VigiMed.


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