Vídeo de ataque a Porta dos Fundos é verídico, diz polícia

No vídeo publicado nas redes sociais, pessoas mascaradas leem um manifesto enquanto imagens do ataque com coquetéis Molotov são exibidas

Por: Do Estadão Conteúdo  -  27/12/19  -  19:49
Grupo de extrema-direita publicou vídeo onde assume ataque
Grupo de extrema-direita publicou vídeo onde assume ataque   Foto: Reprodução/YouTube

Responsável pelas investigações sobre o ataque ao grupo de humor Porta dos Fundos, o delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro afirmou na quinta-feira (26) que é verídico o vídeo que circula nas redes sociais em que integrantes do grupo autodenominado "Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira" reivindica o atentado.


A investigação do caso está a cargo de força-tarefa integrada por vários setores da Polícia Civil do Rio. O governador do Estado, Wilson Witzel (PSC), repudiou o ataque e "toda forma de violência ou intolerância".


No vídeo publicado nas redes sociais, pessoas mascaradas leem um manifesto enquanto imagens do ataque com coquetéis Molotov são exibidas. A polícia ainda apura a identidade dos autores do atentado.


A Frente Integralista Brasileira afirmou, em nota, que repudia a tentativa de associar o movimento ao ataque. A frente disse ainda que desconhece o grupo em questão.


A filmagem publicada pelos supostos autores do atentado é feita por uma câmera que acompanha a ação. São três os homens que jogam os coquetéis Molotov e um que filma. Já imagens de câmeras de segurança no local mostram quatro pessoas - dois em uma moto e dois em um carro. Os donos dos veículos serão intimados a depor.


Enquadramento na lei antiterror


Os policiais não enquadraram o crime na lei antiterror, alegando que ela prevê uma conduta lesiva à organização da sociedade e ao Estado. "Nos parece que foi um ataque direcionado a uma vítima determinada", afirmou o delegado Ribeiro.


Se o caso vier a ser considerado terrorismo, ficará a cargo da Justiça Federal.


O grupo Porta dos Fundos se tornou alvo de uma onda de críticas de militantes políticos e religiosos desde o lançamento do especial de Natal A Primeira Tentação de Cristo, no Netflix. A produção mostra um Cristo gay, interpretado por Gregório Duvivier, com um namorado.


No dia 19, a Justiça do Rio negou liminar a um pedido de uma associação religiosa para que o programa fosse removido do site.


Segundo a Justiça, determinação diferente seria "inequivocamente censura decretada pelo Poder Judiciário".


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