Superlotados, hospitais de São Paulo priorizam quem vai para UTI

Protocolo da Secretaria Municipal da Saúde é baseado em normas internacionais para decidir a utilização dos leitos públicos e privados no combate à Covid-19

Por: Por ATribuna.com.br  -  07/05/20  -  19:33
Medicamentos sedativos estão em falta nos Estados brasileiros
Medicamentos sedativos estão em falta nos Estados brasileiros   Foto: Alexsander Ferraz

O diagnóstico médico é um dos critérios para definir quais os pacientes que terão prioridade de internação nos leitos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) na rede pública e privada da cidade de São Paulo. A medida consta em um decreto municipal editado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), diante à superlotação dos hospitais da Capital. 


A norma faz parte das novas medidas da administração paulistana para conter a disseminação do novo coronavírus, publicadas no Diário Oficial do Município. Conforme a regra, caberá à Secretaria Municipal da Saúde elaborar protocolo de prioridade de utilização dos leitos públicos e privados de UTI quando a demanda for superior à sua disponibilidade. Esses parâmetros serão baseados “nas melhores normas internacionais e técnicas desta natureza”. 


Na prática, caberá à equipe médica avaliar qual paciente teria mais condições de sobreviver, sendo direcionado a alguma vaga existente na UTI. Os portadores dos quadros mais críticos, e com menos possibilidade de superar a doença, teriam como destino leitos comuns, sem equipamentos como respiradores artificiais. 


“O vírus está se espalhando. Já são mais de 1.800 mortes confirmadas na cidade de São Paulo e mais 1.200 mortes suspeitas. A letalidade é cada vez maior, em especial, na nossa periferia”, disse o prefeito Bruno Covas, durante coletiva on-line, na sede da prefeitura.  


O decreto também prevê a requisição de leitos ociosos instalados na rede particular de saúde enquanto durar a pandemia de Covid-19. A medida tem por objetivo “maximizar o atendimento e garantir tratamento igualitário”, hipótese em que será garantido o pagamento posterior de indenização justa. 


A cidade já firmou convênio com sete complexos hospitalares da Capital para direcionamento de vagas para o combate da pandemia. Cada leito tem custo de referência de R$ 2.100 por dia para cada, avalia Covas. “Quando as pessoas conseguem um tratamento, o índice de mortalidade reduz bastante em relação ao coronavírus. Por isso, é importante toda essa preocupação com a ampliação dos leitos”, justifica.   


Segundo ele, a Capital soma 3.456 leitos (UTI e enfermaria). O prefeito também destacou que poderá  alugar vagas em hotéis para pessoas em situação de rua. 


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