Startup de cibersegurança diz que ataque à Renner gerou pânico nas empresas

Segundo a PSafe, empresas ainda não se deram conta do prejuízo ao não proteger preventivamente seus sistemas

Por: Estadão Conteúdo  -  21/08/21  -  23:40
 Depois da invasão na Renner, PSafe recebeu ligações de empresários com medo de virarem próxima vítima
Depois da invasão na Renner, PSafe recebeu ligações de empresários com medo de virarem próxima vítima   Foto: Divulgação

Em janeiro de 2021, a startup brasileira de cibersegurança PSafe identificou o maior vazamento de dados da história do País, quando 223 milhões de brasileiros (incluindo já mortos) tiveram dados expostos e vendidos na internet. Diante de uma brecha desse tamanho, Marco DeMello, presidente da PSafe, não vê a alta de casos de sequestro de dados de empresas com surpresa. Segundo ele, as companhias ainda não se deram conta do tamanho do prejuízo a que podem estar expostas ao não proteger seus sistemas de forma diligente.


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O caso da Renner criou pânico, diz Mello, que recebeu ligações de empresários com medo de virarem a próxima vítima. "Mas eu pergunto: por que o pânico só agora? A ficha tinha de ter caído há muito tempo."


"O ransomware vai gerar mais de US$ 20 bilhões de receita neste ano. Virou uma indústria. Então, a obrigação e a responsabilidade das empresas é de se defender", diz Mello. Ele diz que a solução ainda está na prevenção, mas que o empresário brasileiro ainda pensa que esse tipo de problema só acontece com multinacional, o que não é verdade.


A proteção, segundo ele, não é por antivírus, mas com uma defesa inteligente. O especialista alerta que os ataques podem ser nos servidores, mas que 90% deles começam por uma máquina vulnerável, e só depois chegam a eles. "Temos de acabar com a imagem do hacker com um gorro na cabeça e espinha no rosto. É uma indústria. Os criminosos usam inteligência artificial e sequestram tudo por meio da tecnologia. São muito sofisticados e investiram muito. E a defesa das empresas não tem nada de sofisticada. A proteção precisa ser contínua e proativa", alerta.


Uma vez que o ataque acontece, Mello alerta que não há muito o que fazer. As opções são pagar o resgate, o que acontece na maioria das vezes, ou ter um backup de todo o servidor. "Dependendo da empresa, restaurar os dados pode ser até mais caro do que o resgate", alerta.


Pandemia


A explosão aconteceu, segundo Mello, principalmente, de 2020 para cá. "Os dados das empresas, por causa da pandemia, passaram a estar on-line, mas a segurança não acompanhou. Os hackers evoluíram dez anos em dez meses e perceberam que se trata de um negócio lucrativo: ninguém é preso, ninguém é perseguido ou rastreado pelo governo e nem paga imposto, pois tudo é feito por bitcoin", finaliza.


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