Protocolo irá definir quem terá direito a um leito de UTI no Rio de Janeiro
O documento irá levar em conta as condições de seis órgãos e atribuídas notas ao seu funcionamento, de 0 (boa) a 24 (péssima)
Atualizado em 01/05/20 - 13:59
O estado do Rio de Janeiro estuda critérios para definir quais pacientes com quadro de Covid-19 terão direito a leito de UTI. Um protocolo técnico está em análise. O documento irá levar em conta as condições de seis órgãos e atribuídas notas ao seu funcionamento, de 0 (boa) a 24 (péssima). As informações são do jornal Extra.
Segundo a publicação, a medida irá tirar dos médicos o peso da escolha. Quanto menor a nota, mais chances o paciente terá de conseguir um leito. O Rio de Janeiro possui mais de mil pacientes, com casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus, que aguardam uma vaga em UTI ou enfermaria.
O documento foi desenvolvido pela Secretaria de Saúde do estado em conjunto com outras entidades, como o Conselho Regional de Medicina do Rio e a Academia Nacional de Cuidados Paliativos. O grupo de trabalho levou em consideração os “Princípios de Triagem em Situações de Catástrofes” da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a resolução do Conselho Federal de Medicina que estabelece os critérios de admissão e alta em unidades de terapia intensiva, além de um protocolo publicado no “Journal of the American Medical Association”.
Serão analisados o funcionamento de órgãos como pulmões, rins e coração. Os médicos avaliarão e darão notas de acordo com a existência de doenças preexistentes. Quem tiver algum risco fatal em até um ano ganhará 4 pontos e ficará atrás na fila de quem não tiver mal algum (0 ponto) ou de quem tenha uma comorbidade que permita uma sobrevida maior do que um ano (2 pontos).
O protocolo também define critérios de desempate. O primeiro é se o paciente está em ventilação mecânica, já ligado a um respirador. O segundo é a idade. Pessoas até 60 anos terão direito a vaga antes dos que têm entre 61 e 80 anos. Os acima dos 80 ficarão por último na disputa por leito. Profissionais que atuem no combate ao coronavírus terão prioridade. Por último, o lugar será decidido pela ordem de solicitação da vaga.
O documento aguarda o aval do secretário de Saúde do estado, Edmar Santos, para ser publicado no Diário Oficial.
*com informações do jornal Extra