Portugal aprova dissolução de Parlamento e presidente convocará eleições

Marcelo Rebelo de Sousa, deve convocar novo pleito para janeiro de 2022

Por: Estadão Conteúdo  -  04/11/21  -  04:55
 Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, deve convocar novo pleito para janeiro de 2022
Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, deve convocar novo pleito para janeiro de 2022   Foto: LUSA/Pedro Sarmento Costa

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, deve convocar novas eleições para janeiro, depois de o Conselho de Estado - órgão consultivo ligado à chefia de Estado - ter aprovado sua proposta de dissolução do Parlamento feita na semana passada, após a coalizão do primeiro-ministro Antonio Costa não ter conseguido aprovar o Orçamento do ano que vem.


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"O Conselho de Estado deu parecer favorável à dissolução do Parlamento", disse a presidência portuguesa em nota. "É fundamental escutá-los."


A derrota da chamada "Geringonça", coalizão de partidos de esquerda que governa o país, na discussão sobre o Orçamento lançou Portugal numa crise política nas últimas semanas. Rebelo de Sousa tentou negociar com os partidos do Parlamento uma solução. a votação do Orçamento, o Bloco de Esquerda e os comunistas se opuseram à proposta do Partido Socialista - o maior da coalizão.


O anúncio da dissolução do governo e da data das novas eleições ocorrerá na noite de quinta-feira (4). Segundo o diário "Público", de Lisboa, a nova votação deve ocorrer em 30 de janeiro. Há, no entanto, um certo mistério sobre a data exata da votação, já que os partidos de oposição, como o PSD, pretendiam organizar no fim do ano eleições primárias para resolver disputas internas.


Rebelo de Sousa garantiu que anunciará uma data "razoável" para o processo, ainda que não leve em conta as necessidades de cada partido. Outro dia cogitado pela imprensa portuguesa para a votação é o 16 de janeiro. "Prefiro ser criticado por fazer algo do que por ser omisso", disse o presidente na terça-feira, 2.


No bloco governista, o Partido Socialista advoga por uma eleição rápida. Seus parceiros de coalizão ainda tentavam um acordo para o Orçamento, mas, com o fim do prazo dado por Rebelo na semana passada, isso acabou não ocorrendo.Líderes do Bloco e do PCP dizem nos bastidores que os Socialistas querem a antecipação das eleições para aumentar seu capital político.


Apesar da possível antecipação das eleições, o governo de Antonio Costa segue funcionando e não tem intenções de renunciar.


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