Pastores espalham desinformação para convencer indígenas a recusarem vacina contra a Covid-19
Religiosos teriam dito que o imunizante seria a 'marca da Besta' em aldeias no Norte do país
Pastores evangélicos têm convencido populações indígenas na Região Norte a recusar a vacina contra a Covid-19, espalhando desinformação sobre o imunizante. Um requerimento entregue à CPI da Covid indicou que os religiosos afirmam que a vacina já vem contaminada da China, se tratando de um plano "diabólico". As informações são do UOL.
Um outro trecho do requerimento mostra que esse 'plano', mencionado pelos pastores, seria de usar a vacina para marcar indígenas com o número da Besta, o 666, citado no livro bíblico Apocalipse. Em Santo Antônio do Içá, no Amazonas, os religiosos teriam dito que o imunizante "os transformaria em animais, homossexuais ou os mataria", e que "neles seria implantado um chip que carregaria a 'marca da Besta'".
"Eles primeiro se aproximam da liderança da aldeia, se fingem de amigos e daqui a pouco casam com a filha da liderança: pronto, eles entram na aldeia e já constroem uma igreja. Eles falam que a vacina não é coisa de Deus, que já vem contaminada da China e que Deus vai proteger quem não tomar", disse a vice-presidente da Federação Indígena do Povo Kokama, Milena Kokama, em entrevista ao UOL.