Mulheres celebram a importância de suas experiências no Dia das Mães

Adotiva, jovem, grávida ou em dose dupla. De qualquer forma, aproveite seu dia, mãe!

Por: Verônica Sampaio & De A Tribuna On-line &  -  12/05/19  -  12:05
Maria Villani é uma das mamães que vão comemorar esse dia com uma companhia especial: sua filha
Maria Villani é uma das mamães que vão comemorar esse dia com uma companhia especial: sua filha   Foto: Maria Villani/Arquivo Pessoal

Comemorado sempre no segundo domingo de maio, o Dia das Mães é um momento marcado por muita emoção e gratidão. Este ano, a data, que tem por objetivo perpetuar a importância destes seres tão essenciais em nossas vidas, é celebrada neste dia 12.


Mas, de que tipo de mãe estamos falando? Todas! Márcia Maria de Miranda Paula Fernandes, de 39 anos, advogada, conta que adotou seu filho. Ela diz que descobriu que seria mãe no momento em que recebeu um telefonema. “Me informaram que meu filho havia chegado, e me perguntaram se era o momento de ir conhecê-lo. Eu, como toda mãe, sonhava com um lindo filho, e ele é lindo. Nascemos um para o outro, como eu poderia achá-lo feio?” indagou.


A advogada conta que o momento foi lindo e mágico, porém, na realidade, até chegar a tão esperada data, muita água havia rolado. “O processo de habilitação para adoção é como a gestação de repouso absoluto, porém, sem prazo certo para acabar. Você depende totalmente de outras pessoas, bem como o serviço que lhes foi confiado. Minha gestação durou mais de cinco anos. Conheci meu filho na quarta e na sexta o trouxe para casa”, disse.


Márcia diz que se sente muito amada por Deus por ter recebido presente tão especial
Márcia diz que se sente muito amada por Deus por ter recebido presente tão especial   Foto: Márcia Fernandes/Arquivo Pessoal

Márcia relata que a ficha ainda não caiu, e que todos os dias reflete sobre o quanto é grata pelo seu filho. “Inclusive, passei a me achar um ser muito especial e amado por Deus, pois só sendo um filho muito amado para receber o que recebi dele. E, claro, por intercessão de Maria, a melhor e maior mãe que esse mundo já teve, a mulher que me inspira todos os dias como mãe, mulher, ser humano... Gratidão infinita!”, revelou.


Por fim, ela diz que acredita que a maternidade natural é por adoção. Para ela, toda criança precisa ser adotada, ainda que por seus pais biológicos. “Se você, por algum motivo, não pode ser mãe biológica, eu posso te garantir que o amor que você vai sentir pelo seu filho adotivo é tão forte quanto. Para mim,  ser mãe é conseguir amar outra pessoa mais do que a si mesma, se doar incondicionalmente, se dedicar ao máximo na formação de um ser humano decente, com valores e princípios”, finalizou.


Amor sem idade


Maria Villani, de 18 anos, é assistente de sistemas da informação, e tem uma ligação muito forte com o sentimento materno. “Minha mãe, mãe de três meninas, sempre nos criou com a ajuda da minha avó. Ela passou por uma fase muito difícil, em estado de negação, assim como fiquei quando ela se foi, e mesmo assim ela sempre deu o seu máximo na nossa criação”, disse.


Maria Villani e sua mãe Ana Valéria
Maria Villani e sua mãe Ana Valéria   Foto: Maria Villani/Arquivo Pessoal

Apesar de ter perdido sua mãe cedo, e de ter se tornado mãe cedo também, Maria conta que a descoberta de sua gravidez foi um turbilhão de sentimentos. “Eu estava feliz por ter uma nova vida em mim, porém, o fato da pouca idade me desesperou. Cada vez que eu pensava que estava grávida e não tinha a minha mãe ali, misturava tudo, vinha um desespero. Mas, depois de muitas noites chorando, fui acalmando meu coração, e tentando fazer por aquele neném tudo o que minha mãe tinha feito um dia por mim”, revelou. 


Como nem tudo são flores, o nascimento prematuro de sua filha deixou Maria preocupada, vivendo uma rotina entre casa e hospital. “Quando escutei da médica que seria preciso um parto de emergência, fiquei desesperada. A angústia maior foi quando a tiraram de mim da sala do parto, às pressas. Eu lembro como se fosse hoje da dor. Mas, também foi marcante no mesmo nível o dia em que escutei do médico que minha filha poderia ir para casa. Cada momento nessa fase foi importante demais para mim” relatou.


Hoje, Ana Luiza, que leva o nome de sua avó, é uma criança saudável e feliz que enche a mãe de alegrias
Hoje, Ana Luiza, que leva o nome de sua avó, é uma criança saudável e feliz que enche a mãe de alegrias   Foto: Maria Villani/Arquivo Pessoal

E, mesmo com a rotina corrida, a assistente conta que, apesar de difícil, a experiência de ser mãe está sendo maravilhosa. “O sorriso dela me motiva cada dia mais a correr atrás dos meus objetivos, pois hoje não vivo mais por mim, vivo por nós. Eu aprendo todos os dias coisas novas, aprendo a vencer o cansaço físico e psicológico e depois agregá-lo como experiência para os dias mais difíceis”, contou.


Hoje, Ana Luiza, que leva o nome de sua avó, Ana Valéria, é uma criança saudável e feliz, que enche sua mãe de alegrias. “Na primeira vez que pude segurar ela nos braços, meu mundo parou. Eu acho que ser mãe é isso, dar importância aos momentos mais simples. Que todas nós, mães, seja de sangue ou coração, venhamos cada dia mais a aprender, para que possamos deixar o nosso mundo melhor para eles. Mãe é ter o dom da criação, da doação e do amor incondicional”, finalizou.


À espera


A secretária Nayara Kimberli da Silva Soares, de 22 anos, vai passar seu primeiro Dia das Mães carregando seu filho no ventre. Ela conta que não desconfiava da gravidez, apenas depois de 19 semanas (quatro meses) deu entrada em seu pré-natal e começou a fazer os exames. Logo no primeiro ultrassom, já descobriu o sexo do bebê - ela espera uma menina.


Além da surpresa, Nayara conta que descobrir a gravidez foi um baque. Ela lembra que chorou muito e não aceitou de começo. “Eu tinha planos, estava dando início à minha carteira de habilitação, pretendia fazer minha tão sonhada faculdade de Arquitetura. Agora que aceitei, minha gravidez está sendo ótima, estou amando. É tudo muito novo, bate muita insegurança, mas, ao mesmo tempo, você se sente capaz de mover o mundo para dar o melhor para ela”, revelou.


Por fim, Nayara conta que ser mãe é ter um amor incondicional por alguém que ainda não conhecemos bem, mas que já ocupa o lugar mais importante de nossas vidas. “É poder enfrentar um mundo para sempre vê-los felizes, não importa como. Então, mães, criem seus filhos para o mundo. Que eles aprendam o verdadeiro valor da vida, que eles possam se tornar pessoas do bem e de grandes valores”, finalizou.


Nayara Soares não desconfiava que seria mãe, mas, hoje, sabe que moveria o mundo por sua filha
Nayara Soares não desconfiava que seria mãe, mas, hoje, sabe que moveria o mundo por sua filha   Foto: Nayara Soares/Arquivo Pessoal

Mães em dobro


Há oportunidades em que o filho tira a sorte em dobro, e leva de cara duas mães. É o caso de Daniella Favacho, de 43 anos, enfermeira, e Lais Dias Morais, de 30, fisioterapeuta. O casal conta possui quatro filhos. A biológica, Bruna, de 21 anos; Maria Vitória, que chegou com três e hoje tem dez anos; Enzo, que chegou com dois e hoje tem nove anos; e Carlos Eduardo, que chegou com três meses e hoje tem seis anos.


Para aumentar ainda mais essa família, depois do nascimento do Enzo e do Carlos Eduardo, a mãe biológica das crianças teve Ana Luiza, que foi adotada por outro casal, mas mantém contato, faz parte das fotos e passa férias e fins de semana junto aos demais.   


Na foto, Laís, Daniella, Bruna, Enzo, Carlos Eduardo, Maria Vitória e Ana Luiza
Na foto, Laís, Daniella, Bruna, Enzo, Carlos Eduardo, Maria Vitória e Ana Luiza   Foto: Laís Dias Morais/Arquivo Pessoal

Para ambas, a experiência tem sido um aprendizado diário. “O momento mais marcante foi a recuperação do nosso filho mais novo após uma hospitalização em UTI. Sobre sermos mães, podemos dizer que significa entrega, doação, amor, ter uma razão de viver... É inspiração para todos os dias”, comentou Lais.


Como não poderia faltar, as mães contam que a comemoração desta data será com a família, em um almoço regado a muitas risadas, lembranças, harmonia e compartilhamento. Por fim, elas deixam um recado: “Valorizem cada momento ao lado de seus filhos. Que o tempo dispensado a eles seja com qualidade e muito amor”.


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