Morales afirma que golpe de Estado está sendo preparado na Bolívia
A oposição anunciou que desde segunda-feira (28) se intensificarão as medidas de protesto
Atualizado em 27/10/19 - 17:53
O presidente da Bolívia, Evo Morales, alertou neste domingo (27) que seus adversários preparam um golpe de Estado "para esta semana", a segunda advertência desse tipo em cinco dias, em meio a uma greve e a protestos contra controversa vitória eleitoral no primeiro turno.
"Alerto desde Vila Vila (povoado rural) a todo o povo boliviano: distintos setores sociais (...) se preparam para fazer um golpe de Estado na próxima (esta) semana", disse o mandatário a sua base em um ato público.
O Tribunal Eleitoral (TSE) boliviano anunciou na sexta-feira (25) a vitória de Morales no primeiro turno com 47,08% dos votos válidos, contra 36,51% de seu principal concorrente, Carlos Mesa.
Mesa, presidente boliviano entre 2003 e 2005, disse no sábado não reconhecer a proclamação oficial de Morales para um quarto mandato em primeiro, por ser "resultado de uma fraude".
A oposição anunciou que desde segunda-feira (28) se intensificarão as medidas de protesto, especialmente em La Paz, sede do Executivo e do Legislativo.
"Estamos em um cenário de conspiração, contra a democracia, contra as eleições", garantiu o ministro de Governo (Interior), Carlos Romero, à rede de rádios estatais.
Morales descartou no sábado (26) qualquer negociação política com a oposição sobre recontagem final das eleições e exigiu respeito aos resultados.
Dias atrás, o presidente também havia avisado que seus adversários estavam preparando um golpe de Estado, embora sem fornecer nenhuma prova de sua afirmação.
"Nossa responsabilidade é informar, para que as pessoas também tenham a responsabilidade de defender nosso processo de mudança e a mudança que fizemos em pouco tempo em nossa amada Bolívia", disse Morales.
Após as dúvidas levantadas pela contagem dos votos, o presidente boliviano Evo Morales propôs à Organização dos Estados Americanos (OEA) a realização de uma auditoria do processo, que seu secretário-geral, Luis Almagro, aceitou.