Mangueira conta a vida de Jesus na Sapucaí com Cristo negro e apanhando de policiais

Com cenas fortes, escola de samba levou à avenida enredo que mostra várias faces de Cristo

Por: Por ATribuna.com.br  -  24/02/20  -  16:30
Mangueira teve a oportunidade de exibir, sem censura, o seu Jesus em forma de mulher
Mangueira teve a oportunidade de exibir, sem censura, o seu Jesus em forma de mulher   Foto: Estadão Conteúdo

A Estação Primeira de Mangueira ousou com seu enredo na passarela do sambódromo da Marquês de Sapucaí, no primeiro dia de desfiles de escolas de samba do Rio de Janeiro, neste domingo (23). A escolha foi uma adaptação da história da vida e da morte de Cristo.


Várias faces de Jesus foram representadas, desde a comissão de frente até o último carro alegórico. A rainha de bateria, Evelyn Bastos, inclusive, fez uma das releituras de Cristo.


Com cenas fortes, o carro "O Calvário"  tinha um Jesus negro crucificado que alcançava cerca de 20 metros de altura. No mesmo carro, pessoas de diversos perfis, como negros, mulheres e LGBTs vinham crucificadas.


"Acho que as pessoas entenderam o recado. No meio da polêmica, não tinha nada no desfile que eu temesse. Não sou uma pessoa de ter medo. E vi as pessoas surpresas com o desfile", disse o carnavalesco Leandro Vieira.


A interpretação gerou críticas de pessoas que estavam presentes na Sapucaí. Segundo O Globo, duas musas, que estavam próximas à cabine de rádios, esbrevejaram contra a fantasia de Evelyn Bastos.


"Que ridícula. Que falta de respeito com Jesus Cristo. Se ela sabe que é polêmico, porque não escolheu representar uma outra figura? Tinha que ser Jesus? Nunca vi uma rainha passar pela Sapucaí assim", disseram.


Na comissão de frente, a figura de Jesus como sendo da favela foi representada com caixas de som do batidão do funk se transformando em uma cruz. Na sequência, Cristo aparecia sendo espancado por policiais, que revistavam, também, os apóstolos.


* Com informações de O Globo.


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