Juiz manda doar para ONG mil búfalas que passavam fome e sede

Decisão inclui ainda 72 equinos, entre cavalos e pôneis, de fazenda em Brotas, no interior do estado

Por: Estadão Conteúdo  -  20/01/22  -  22:56
A decisão acolheu pedido feito pelo Ministério Público
A decisão acolheu pedido feito pelo Ministério Público   Foto: Imagem Ilustrativa/Pixabay

O juiz Rodrigo Carlos Alves de Melo, da 1ª Vara de Brotas, determinou nesta quinta-feira, 20, que as mais de mil búfalas que foram encontradas em situação de maus-tratos, com fome e sede, em fazenda da região, sejam doadas para a ONG Amor e Respeito Animal (Ara). O magistrado mandou intimar pessoalmente a entidade para que, em dez dias, indique o local de destinação dos animais ou aponte outras entidades com capacidade para acolher os animais.


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A decisão acolheu pedido feito pelo Ministério Público e diz respeito não só às búfalas, mas a todos os animais vítimas de maus tratos que estão na fazenda Água Sumida, em Brotas - incluindo ao menos 72 equinos, entre cavalos e pôneis.


A Promotoria ressaltou que o pedido de urgência visava o bem-estar dos animais e requereu que eles doados preferencialmente para a ONG Ara. A solicitação foi fundamentada em dispositivo da Lei de Crimes Ambientais, que determina que a autoridade competente realize a destinação dos animais apreendidos para entidades ou órgãos competentes.


Ao analisar o caso, o juiz Rodrigo Carlos Alves de Melo considerou que, apesar de a ação penal em questão ajuizada contra o fazendeiro Luiz Augusto Pinheiro de Souza (dono da propriedade) ainda estar em seu início, há 'farta prova da materialidade' dos delitos de maus-tratos contra os animais.


Nessa linha, o magistrado entendeu que não há que se esperar o encerramento do processo para que haja a apreensão e destinação dos bichos, conforme prevê a Lei de Crimes Ambientais.


"Cabe ressaltar que a medida é urgente, tendo em vista a grande quantidade de animais apreendidos que ainda estão na propriedade rural em questão, gerando gastos diários para a sua manutenção, com perigo para a saúde dos animais e também da saúde pública, sendo necessária imediata destinação para as entidades referidas na Lei de Crimes Ambientais", escreveu o magistrado no despacho.


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