Fevereiro terá mais chuvas e menos calor na região da Baixada Santista
Primeiros dias do mês tiveram o equivalente a 43% de chuvas esperadas para todo o mês
Dados da Defesa Civil de Santos indicam que as chuvas que atingiram a cidade nas últimas 72 horas chegaram a um volume de 235,9mm, apenas um pouco inferior à média dos últimos 25 anos do mês de fevereiro, que corresponde a 279,4 mm/mês. A intensidade da precipitação causou enchentes e muitos danos em vários municípios da Baixada Santista.
O climatologista Rodolfo Bonafim explica que as fortes chuvas dos últimos dias foram causadas por uma massa de ar quente chamada Subtropical do Atlântico Sul, que estava forte sobre o litoral da Baixada Santista, mas logo começou a perder força. Com o enfraquecimento dela, a frente fria que estava bloqueada no Sul conseguiu avançar, e o encontro das duas causou o temporal.
“Foi o enfraquecimento da massa de ar que provocou as chuvas, porque, antes, as frentes frias que conseguiam chegar aqui eram muito fracas, mas essa conseguiu chegar com força”, afirma.
O fenômeno ‘El Niño’, que aconteceu durante o mês de janeiro, foi de fraca intensidade, segundo o especialista. Apesar disso, coincidiu com a massa de ar Subtropical, a mesma que causou problemas em 2014 e provocou a crise hídrica, com 45 dias sem chuvas na Baixada Santista.
Essa combinação fez com que o mês de janeiro deste ano tivesse a temperatura média mais alta dos últimos 27 anos, além de ser um mês pouco chuvoso. Já o mês de fevereiro, que costuma ter menos chuvas, começou do jeito contrário, segundo Bonafim.
Fevereiro terá mais chuvas e menos calor
O climatologista também diz que o volume de chuvas já era esperado, uma vez que janeiro foi um dos mais secos dos últimos cinco anos, e o forte calor contribuiu para que as precipitações viessem de forma mais intensa. Agora, a expectativa é de que fevereiro seja um mês menos quente e com mais chuvas.
“A ONG Amigos da Água, que fica na Vila Belmiro, em Santos, mediu 132mm por m² de chuvas em apenas 24 horas. Já choveu 43% do que era esperado para o mês de fevereiro, então, enquanto durar o calor, até março, o risco de chuva forte permanece”, explica Bonafim. Ele também lamenta a possibilidade de mais estragos. “Infelizmente, não estamos livres de mais um episódio como o que aconteceu de domingo para segunda. Espero que essas chuvas venham com menos intensidade, para causar menos estragos".