Empresa tem até março para apresentar relatório com análises técnicas sobre apagão no Amapá

ONS apresentou relatório apontando que o incêndio em um dos transformadores foi ocasionado por um curto-circuito, mas ainda não há um parecer definitivo sobre o que ocorreu em 3 de novembro

Por: De Estadão Conteúdo  -  08/12/20  -  05:56
Atualizado em 08/12/20 - 06:01
Segundo ONS, incêndio em um dos transformadores foi ocasionado por curto-circuito
Segundo ONS, incêndio em um dos transformadores foi ocasionado por curto-circuito   Foto: Arquivo/MME

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou nesta segunda (7), um relatório sobre o apagão ocorrido no estado do Amapá em novembro. Na ocasião, 13 das 16 cidades do estado ficaram sem energia por mais de 80 horas. No relatório, o órgão coloca data limite de março de 2021 para que a empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) apresente o Relatório de Análise de Falha (RAF), para ajudar na conclusão do caso.


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Segundo o relatório do ONS, o incêndio em um dos transformadores foi causado por um curto-circuito, que pode ter sido provocado ou por uma falha interna no equipamento ou por uma “coordenação de isolamento inadequada na subestação”.


Essa última hipótese assumiria que um raio atingiu a subestação, e ela não foi capaz de preservar os transformadores de uma descarga elétrica. Segundo o relatório, chovia muito no momento, com “descargas atmosféricas intensas”. Ainda não há, no entanto, um parecer definitivo sobre o que ocorreu no dia 3 de novembro. Esse parecer devrá estar no relatório cobrado da empresa LMTE.


“O relatório da LMTE deve envolver perícias para os equipamentos. Com esses relatórios saberemos o que aconteceu com esses transformadores”, afirmou o diretor-geral da ONS, Luiz Carlos Ciocchi, em entrevista coletiva realizada nesta segunda (7), no Ministério de Minas e Energia (MME). Um laudo preliminar, divulgado pela Polícia Civil em 11 de novembro, havia concluído que o transformador não foi atingido por um raio.


Terceiro transformador


Ciocchi disse ainda que a LMTE deveria ter consertado o terceiro transformador, que estava avariado na data do apagão, mas adiou o prazo algumas vezes. “O agente foi informando das prováveis datas de retorno do funcionamento do equipamento e foi postergando. A última data que tivemos foi 4 de novembro (data seguinte ao incêndio na subestação)”, disse Ciocchi.


Ele explicou que o terceiro transformador serviria para entrar em operação apenas se um dos outros dois falhasse. Se ele não estivesse avariado, poderia ter minimizado o problema, mas haveria, ainda assim, alguma queda de energia, já que a subestação precisa de dois transformadores funcionando para suprir a demanda. “Nesse evento perdemos dois transformadores, algo muito raro. Ainda ficaríamos com um transformador e daria pra aguentar 60%, 70% da carga”, disse ele.


Na mesma coletiva, o ministro Bento Albuquerque afirmou que o Amapá não corre mais riscos de ficar sem luz. No momento, o estado conta com a geração emergencial de energia de duas termelétricas e o ministério autorizou a contratação de geradores por até 180 dias. Além disso, o estado receberá ainda este mês um transformador que estava sem uso em Roraima.


“Temos a disponibilidade de 400 megawatts (MW), quando a média (do estado) é 240 MW. Até o natal teremos o terceiro transformador disponível, voltando ao que o planejamento energético já previa para o estado”.


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