De olho em Ucrânia, Polônia disponibilizará jatos de combate MiG-29 para os EUA

Pentágono diz que proposta polonesa causa 'preocupações em toda a Otan'

Por: Estadão Conteúdo  -  09/03/22  -  04:15
Jatos MiG-29 seriam entregues em uma base americana na Alemanha, para seguirem à Ucrânia
Jatos MiG-29 seriam entregues em uma base americana na Alemanha, para seguirem à Ucrânia   Foto: Imagem Ilustrativa/Pixabay

A Polônia anunciou que disponibilizará seus jatos de combate MiG-29 para os Estados Unidos, após dias de negociações sobre como colocar os aviões nas mãos da Ucrânia. O governo polonês disse nesta terça-feira (8) que os aviões "estão prontos para serem implantados - imediatamente e gratuitamente". As aeronaves seriam levada para a base aérea americana de Ramstein, na Alemanha, onde estariam à disposição dos EUA, disse o Ministério das Relações Exteriores da Polônia, em comunicado.


O porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, John Kirby, afirmou que a proposta da Polônia causa "preocupações para toda a aliança Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em seu Twitter, o representante disse que a ideia apresentada, de entregar aviões em uma base americana na Alemanha para que eles sejam levados à Ucrânia, em espaço aéreo que é contestado pela Rússia, não apresenta "uma razão substantiva".


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"Continuaremos a consultar a Polônia e nossos outros aliados da Otan sobre essa questão e os difíceis desafios logísticos que ela apresenta, mas não acreditamos que a proposta da Polônia seja sustentável", disse Kirby. Segundo ele, a decisão de transferir aviões de propriedade polonesa para a Ucrânia é, em última análise, do governo polonês.


Desde cedo, oficiais militares dos EUA pareceram surpresos com a declaração polonesa e disseram que não podiam dizer como as aeronaves iriam da Alemanha para a Ucrânia. Embora Ramstein tenha espaço para esses aviões, é improvável que as forças dos EUA tenham recursos para manter ou consertá-los, disseram autoridades de defesa.


Dar jatos de combate à Ucrânia marcaria o passo mais importante em um esforço para fornecer armas ao país em apuros. Autoridades polonesas estavam receosas à ideia de que os aviões fossem para a Ucrânia, em parte por preocupação de que isso pudesse convidar a um ataque da Rússia ao país.


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