Com estoques de kit intubação no fim, entidade pede suspensão de cirurgias eletivas no país
Intenção é poupar medicamentos para as UTI's desabastecidas
A Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) divulgou uma nota nesta segunda-feira (22) pedindo a interrupção provisória do agendamento de cirurgias eletivas que utilizem os medicamentos que estão em falta para o tratamento de pacientes da Covid-19. A intenção é poupá-los para as UTIs desabastecidas e também anestesias para cirurgias de urgência.
A decisão foi tomada após duas reuniões, a primeira na sexta-feira (19) com outras entidades médicas, além da diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
No sábado (21) houve encontro com o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para o estudo de medidas que poderão vir a atenuar a grave situação.
As entidades médicas elaboraram um documento com as recomentações e os especialistas sugerem providenciar medidas administrativas que facilitem a importação desses medicamentos.
Além disso, também recomendam a interrupção provisória do agendamento de procedimentos anestésico-cirúrgicos eletivos em que são utilizados quaisquer desses medicamentos.
Alertas
No sábado (20), hospitais filantrópicos de São Paulo alertaram em nota que possuem estoques de medicamentos indispensáveis no tratamento de Covid-19 suficientes para apenas mais uma semana.
O comunicado da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado (Fehosp) explicou que os produtos em escassez são sedativos e bloqueadores neuromusculares que compõem o chamado 'kit intubação', essencial para intubar e manter intubados pacientes em estado crítico.
Na sexta-feira (19), a Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) declarou em carta aberta que as requisições do governo federal feitas à indústria para aquisição de remédios do 'kit intubação' estão desorganizando a cadeia de suprimentos e ameaçam o estoque das unidades particulares de saúde.
Em algumas, segundo a entidade, medicamentos usados no atendimento a pacientes com Covid-19 podem se esgotar em até 48 horas.
