Chinês que editou DNA de bebês é condenado

Em novembro de 2018, He anunciou o nascimento de gêmeos com o DNA modificado para que pudessem resistir ao HIV

Por: Do Estadão Conteúdo  -  01/01/20  -  11:00
Pesquisadores descrevem novo subtipo do HIV
Pesquisadores descrevem novo subtipo do HIV   Foto: Imagem Ilustrativa/Hal Gatewood/Unsplash

O cientista chinês He Jiankui, que produziu os primeiros bebês geneticamente modificados do mundo no ano passado, foi condenado ontem a três anos de prisão. He também foi multado em cerca de US$ 430 mil. Outros dois pesquisadores foram sentenciados pela prática ilegal da medicina, mas receberam sentenças e multas mais brandas.


Em novembro de 2018, He anunciou o nascimento de gêmeos com o DNA modificado para que pudessem resistir ao HIV, vírus responsável pela aids, o mesmo que matou o seu pai. Na época, a notícia foi recebida com choque pela comunidade científica e levantou um debate global sobre a ética da manipulação de genes. Como consequência, He anunciou uma pausa nos experimentos.


Para realizar o procedimento, ele utilizou uma ferramenta chamada CRISPR, para alterar os genes de embriões e ajudá-los a resistir à infecção causada pelo vírus. Acusado de estar ignorando leis, o governo da China abriu uma investigação policial e prepara uma lei para endurecer as regras de experimentos em humanos.


A agência de notícias Xinhua afirmou ontem que, ao todo, teriam sido produzidos três bebês geneticamente modificados - além dos gêmeos, uma outra mulher havia engravidado em janeiro. O nascimento do terceiro bebê, porém, não foi confirmado.


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