Cerca de 30% dos brasileiros são hipertensos, aponta SBC

Hoje é Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial

Por: Agência Brasil  -  26/04/21  -  19:22
  Hipertensão mata mais de 10 milhões de pessoas por ano no mundo
Hipertensão mata mais de 10 milhões de pessoas por ano no mundo   Foto: Divulgação/Governo do Paraná

Esta segunda-feira, 26 de abril, é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, data para conscientizar sobre a relevância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença, que mata mais de 10 milhões de pessoas por ano no mundo. Cerca de 30% dos brasileiros são hipertensos, aponta a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


A hipertensão arterial é uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e ou medicamentoso) superam os riscos.


É caracterizada pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial, acima de 140 por 90 mmHg (milímetros de mercúrio), popularmente conhecida como 14 por 9. O primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração; o segundo, à pressão do movimento de diástole, quando o coração relaxa.


Por se tratar de condição frequentemente assintomática, a hipertensão costuma evoluir com alterações estruturais e ou funcionais em órgãos alvo, como coração, cérebro, rins e vasos. Ela é o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares, entre elas o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC), doença renal crônica e morte prematura. Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos sistemas cardiocirculatório e renal, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes.


A identificação e o tratamento precoces reduzem a mortalidade por causas cardiovasculares. Pode estar relacionada a 80 por cento dos casos de AVC e 60 por cento dos casos de infarto. Hipertensos, assim como outros cardiopatas e portadores de doenças crônicas têm possibilidade de maiores complicações pela covid-19.


“Cardiopatas e pacientes com doenças crônicas não devem suspender seus tratamentos por conta da infecção pelo novo coronavírus. As medicações os ajudarão a proteger o organismo, de forma a permitir uma evolução mais favorável da covid-19”, afirma o presidente do Departamento de Hipertensão Arterial (DHA) da SBC, Audes Feitosa.


O cardiologista apontou obesidade, tabagismo, sedentarismo, histórico familiar, estresse e envelhecimento como fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão. O sobrepeso e a obesidade podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da doença, assim como o consumo exagerado de sal, que associado a hábitos alimentares não adequados também colaboram para o surgimento da doença.


Ao reconhecer qualquer um dos sintomas, como alteração do movimento e ou da sensibilidade em uma parte do corpo; dificuldade de fala ou compreensão; dor de cabeça intensa e súbita; tontura ou alteração no equilíbrio; alteração da visão e ou dificuldade para enxergar, náusea ou vômito, dificuldade para engolir e ou perda da consciência (desmaio). É importante procurar ajuda médica, pois os profissionais de saúde têm um curto espaço de tempo para atuar: a cada minuto, milhões de neurônios podem ser perdidos durante um AVC. “Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maior é a chance de recuperação”, alerta a entidade.


Fatores de risco e prevenção port


Feitosa destaca que a hipertensão tem fatores de risco que são modificáveis e outros não modificáveis, como predisposição genética e envelhecimento. Por isso é fundamental trabalhar aqueles que são passíveis de mudança, como manter uma rotina saudável, tendo uma alimentação balanceada e evitando o sedentarismo e consequentemente o sobrepeso e a obesidade.


O hábito de fumar, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, diabetes e outras doenças com causa cardíaca juntam-se aos fatores de risco. Já os hábitos de vida saudáveis ajudam a prevenir a doença, completa a médica cardiologista da Clínica Buchler e diretora da reabilitação cardíaca do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Rica Buchler.


“Adotar hábitos de vida saudáveis como manter alimentação rica em frutas e legumes, assim como praticar atividade física e manter o peso adequado. Além da visitar regularmente o clínico geral ou o cardiologista para aferição da pressão arterial ao menos uma vez ao ano. Caso tenha pai ou mãe hipertensos, é preciso iniciar essa aferição da pressão arterial aos 20 anos”.


Hipertensão e covid-19


No contexto de pandemia de covid-19, hipertensos precisam, de maneira ainda mais contundente, manter a pressão arterial controlada. “Isso porque o risco da hipertensão no indivíduo com diagnóstico positivo para o novo coronavírus se dá porque a covid-19 provoca uma intensa reação inflamatória que atinge diferentes territórios vasculares do organismo, vasos esses que já apresentam alterações na sua estrutura e função decorrente da hipertensão arterial não controlada, fazendo com que essa pessoa tenha mais risco de complicações”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Celso Amodeo.


“Nossas orientações, sempre, são para que o paciente hipertenso não suspenda o tratamento medicamentoso por causa da covid-19”, explicou o médico.


A médica cardiologista Rica Buchler ressalta que a hipertensão pode ainda estar associada a diversos fatores de risco. “A hipertensão costuma estar associada a obesidade, que é fator de risco para evolução desfavorável da covid-19. Muitas vezes o paciente crítico de covid-19 tem vários fatores de risco, como diabetes e cardioopatias. A hipertensão arterial torna-se importante fator de risco para covid-19 na medida em que atinge órgãos alvo como cérebro, coração e rins”.


A pandemia fez com que muitas pessoas deixassem de ir ao médico por medo de sair à rua, o que aumenta o risco de hipertensão arterial não controlada. É imprescindível que o indivíduo mantenha sua pressão controlada, evitando assim complicações mais graves em caso de covid-19, recomenda a SBC.


Os 10 mandamentos para prevenção e controle da pressão alta, segundo a cardiologista Rica Buchler:


1. Meça a pressão pelo menos uma vez por ano.


2. Pratique atividades físicas 5 vezes por semana.


3. Mantenha o peso ideal, evite a obesidade.


4. Adote alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes.


5. Reduza o consumo de álcool. Beba com moderação.


6. Abandone o cigarro.


7. Nunca pare ou mude seu tratamento sem orientação médica.


8. Siga as orientações do seu médico ou profissional da saúde.


9. Evite o estresse. Tenha tempo para a família, os amigos e o lazer.


10. Ame e seja amado.


Logo A Tribuna