Em fase final de recuperação no Santos, Jobson apoia a mulher, que sonha com a Olimpíada no hipismo

Maria Angélica foi presenteada pelo marido com a égua Galáxia, de apenas oito anos

Por: Bruno Lima  -  18/07/21  -  09:50
   Sob os olhares do marido Jobson, Maria Angélica treina diariamente no Morro da Nova Cintra
Sob os olhares do marido Jobson, Maria Angélica treina diariamente no Morro da Nova Cintra   Foto: Alexsander Ferraz/ATribuna

Em fase final de recuperação após romper o ligamento cruzado do joelho direito, em janeiro deste ano, o meio-campista Jobson aproveitou os seis meses longe dos gramados para trocar de função com a mulher Maria Angélica. Se antes era ela quem o incentivava nos jogos do Santos, agora é ele quem passa confiança a ela nos treinos e competições de hipismo.


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Casada com o jogador do Peixe há oito anos, Maria Angélica reencontrou em Santos uma paixão de infância: os cavalos.


Acostumada com a montaria desde criança por influência do pai, que lhe ensinou a cavalgar quando ainda morava em Curitiba, ela mergulhou de cabeça nos treinamentos no Centro Hípico Santista, no Morro da Nova Cintra, e tem participado de competições como amazona.


“Antes de conhecer o Jobson, cheguei a fazer hipismo em Curitiba, mas foi por pouco tempo. Depois que nos conhecemos, começamos nessa andança que a carreira dele exige, e ainda não tinha encontrado um lugar para voltar a fazer hipismo. Quando viemos para a Baixada, achei que também não seria aqui, por ser uma região de praia. Porém, uma amiga postou nas redes sociais um treinamento aqui na hípica e vim correndo”, conta ela.


  Maria Angélica mergulhou no hipismo há seis meses e tem treinado uma hora por dia
Maria Angélica mergulhou no hipismo há seis meses e tem treinado uma hora por dia   Foto: Alexsander Ferraz/ATribuna

Apoiador de Maria Angélica, Jobson comparece a todas as atividades da mulher e, ao ver toda a dedicação dela, resolveu presenteá-la com uma égua, a Galáxia, de oito anos.


“Ele me fez uma surpresa. No dia, teria uma competição interna na hípica e, quando cheguei, comecei a ser filmada. Não desconfiei de nada, porque achei que a filmagem era por causa da competição. O Jobson me deixou no estacionamento, entrou por trás das baias e parou na frente do curral da Galáxia, que estava todo enfeitado. Só então que entendi”, relembra ela.


   Jobson comprou a égua e fez uma surpresa para a mulher no dia da primeira competição
Jobson comprou a égua e fez uma surpresa para a mulher no dia da primeira competição   Foto: Arquivo pessoal/Maria Angélica

"Ele é o meu maior incentivador. Me apoia, fala que vou conseguir, diz que confia no meu potencial e usa muito da experiência dele como atleta”, acrescenta.


“Quando vi que o hipismo havia se tornado muito importante para ela, eu quis fazer algo especial. Era a primeira competição dela dentro da hípica e queria que começasse com a égua dela”, recorda ele.


O empenho sobre a Galáxia, sob o comando do técnico Orlando Ferreira da Costa Júnior, já apresenta resultados. “Na minha primeira competição externa, em São Paulo, pulei com obstáculos a 0,40m de altura e terminei em oitavo lugar entre 80 participantes. Na disputa em conjunto, terminamos em terceiro lugar”, diz a amazona, que já trabalha para saltar obstáculos a 0,60m.


A dedicação de Maria Angélica não tem convencido somente o marido. O treinador também não esconde o orgulho da aluna.


“Ela é muito precoce no esporte. Estreou no Campeonato Paulista de Escolas com o oitavo lugar. Teve uma evolução muito rápida. Se dedica, é comprometida, é pontual, e todas essas características fizeram ela crescer bastante em um curto espaço de tempo. Só precisamos dar tempo ao tempo, não atropelar os passos e os ensinamentos”, afirma Costa.


Jogos Olímpicos


Apesar de estar há apenas seis meses no esporte, Maria Angélica sonha alto. Com toda a sua vida redirecionada para o hipismo, ela trabalha para um dia saltar obstáculos a 1,60m – altura olímpica – e brigar por uma vaga na Olimpíada.


   Na primeira competição que disputou, Maria Angélica conquistou um 8º lugar entre 80 competidoras
Na primeira competição que disputou, Maria Angélica conquistou um 8º lugar entre 80 competidoras   Foto: Alexsander Ferraz/ATribuna

“É um sonho. O hipismo começou como um hobbie, mas hoje é o meu esporte. Estou com o treino físico com personal e a minha suplmentação voltados para o hipismo. A minha vida virou totalmente para o hipismo”, planeja.


Apaixonado pela Gálaxia


A convivência diária com Galáxia conquistou o coração de Jobson. Segundo Maria Angélica, antes de ela iniciar os treinamentos, é o jogador do Santos que prepara a égua.


“Ele adora cuidar da Galáxia. E já que não pode montar, porque o esporte dele é outro, vem todos os dias comigo, cuida, escova o pêlo e faz carinho nela”, revela a amazona.


  Jobson acompanha a mulher em todos os treinos e prepara a Galáxia para os saltos
Jobson acompanha a mulher em todos os treinos e prepara a Galáxia para os saltos   Foto: Alexsander Ferraz/ATribuna

E a atenção de Jobson e da mulher cativaram o animal, que aos poucos deixa de ser arisco.


“Criei um carinho muito grande pela Galáxia, e ela acaba sentindo. Depois que a compramos, ela mudou, segundo os treinadores. Mudou no dia a dia e dentro das competições. Ficou mais dócil. A gente dá carinho aqui na baia e ela corresponde nos treinamentos e competições”, comenta Jobson, que faz questão de ressaltar que não leva jeito e nem tem coragem para a montaria.


“Não monto (risos). Deixo para a esposa, porque ela monta muito bem”, garante o camisa 8 do Peixe.


  Dedicado, Jobson ajuda a mulher até na hora de montar os obstáculos do percurso
Dedicado, Jobson ajuda a mulher até na hora de montar os obstáculos do percurso   Foto: Alexsander Ferraz/ATribuna

A decisão de Maria Angélica de mergulhar no hipismo aumentou a apreensão de Jobson, que precisou se acostumar a ser torcedor duas vezes.


“Sou torcedor nas duas áreas. Fico nervoso assistindo a ela nas competições e fico nervoso vendo os jogos do Santos. Está sendo uma coisa nova, mas estou muito feliz de ver o desempenho dela e dos meus companheiros em campo”, conclui o meio-campista, que deve voltar ao jogos no mês que vem.


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