Em fase final de recuperação no Santos, Jobson apoia a mulher, que sonha com a Olimpíada no hipismo
Maria Angélica foi presenteada pelo marido com a égua Galáxia, de apenas oito anos
Em fase final de recuperação após romper o ligamento cruzado do joelho direito, em janeiro deste ano, o meio-campista Jobson aproveitou os seis meses longe dos gramados para trocar de função com a mulher Maria Angélica. Se antes era ela quem o incentivava nos jogos do Santos, agora é ele quem passa confiança a ela nos treinos e competições de hipismo.
Casada com o jogador do Peixe há oito anos, Maria Angélica reencontrou em Santos uma paixão de infância: os cavalos.
Acostumada com a montaria desde criança por influência do pai, que lhe ensinou a cavalgar quando ainda morava em Curitiba, ela mergulhou de cabeça nos treinamentos no Centro Hípico Santista, no Morro da Nova Cintra, e tem participado de competições como amazona.
“Antes de conhecer o Jobson, cheguei a fazer hipismo em Curitiba, mas foi por pouco tempo. Depois que nos conhecemos, começamos nessa andança que a carreira dele exige, e ainda não tinha encontrado um lugar para voltar a fazer hipismo. Quando viemos para a Baixada, achei que também não seria aqui, por ser uma região de praia. Porém, uma amiga postou nas redes sociais um treinamento aqui na hípica e vim correndo”, conta ela.
Apoiador de Maria Angélica, Jobson comparece a todas as atividades da mulher e, ao ver toda a dedicação dela, resolveu presenteá-la com uma égua, a Galáxia, de oito anos.
“Ele me fez uma surpresa. No dia, teria uma competição interna na hípica e, quando cheguei, comecei a ser filmada. Não desconfiei de nada, porque achei que a filmagem era por causa da competição. O Jobson me deixou no estacionamento, entrou por trás das baias e parou na frente do curral da Galáxia, que estava todo enfeitado. Só então que entendi”, relembra ela.
"Ele é o meu maior incentivador. Me apoia, fala que vou conseguir, diz que confia no meu potencial e usa muito da experiência dele como atleta”, acrescenta.
“Quando vi que o hipismo havia se tornado muito importante para ela, eu quis fazer algo especial. Era a primeira competição dela dentro da hípica e queria que começasse com a égua dela”, recorda ele.
O empenho sobre a Galáxia, sob o comando do técnico Orlando Ferreira da Costa Júnior, já apresenta resultados. “Na minha primeira competição externa, em São Paulo, pulei com obstáculos a 0,40m de altura e terminei em oitavo lugar entre 80 participantes. Na disputa em conjunto, terminamos em terceiro lugar”, diz a amazona, que já trabalha para saltar obstáculos a 0,60m.
A dedicação de Maria Angélica não tem convencido somente o marido. O treinador também não esconde o orgulho da aluna.
“Ela é muito precoce no esporte. Estreou no Campeonato Paulista de Escolas com o oitavo lugar. Teve uma evolução muito rápida. Se dedica, é comprometida, é pontual, e todas essas características fizeram ela crescer bastante em um curto espaço de tempo. Só precisamos dar tempo ao tempo, não atropelar os passos e os ensinamentos”, afirma Costa.
Jogos Olímpicos
Apesar de estar há apenas seis meses no esporte, Maria Angélica sonha alto. Com toda a sua vida redirecionada para o hipismo, ela trabalha para um dia saltar obstáculos a 1,60m – altura olímpica – e brigar por uma vaga na Olimpíada.
“É um sonho. O hipismo começou como um hobbie, mas hoje é o meu esporte. Estou com o treino físico com personal e a minha suplmentação voltados para o hipismo. A minha vida virou totalmente para o hipismo”, planeja.
Apaixonado pela Gálaxia
A convivência diária com Galáxia conquistou o coração de Jobson. Segundo Maria Angélica, antes de ela iniciar os treinamentos, é o jogador do Santos que prepara a égua.
“Ele adora cuidar da Galáxia. E já que não pode montar, porque o esporte dele é outro, vem todos os dias comigo, cuida, escova o pêlo e faz carinho nela”, revela a amazona.
E a atenção de Jobson e da mulher cativaram o animal, que aos poucos deixa de ser arisco.
“Criei um carinho muito grande pela Galáxia, e ela acaba sentindo. Depois que a compramos, ela mudou, segundo os treinadores. Mudou no dia a dia e dentro das competições. Ficou mais dócil. A gente dá carinho aqui na baia e ela corresponde nos treinamentos e competições”, comenta Jobson, que faz questão de ressaltar que não leva jeito e nem tem coragem para a montaria.
“Não monto (risos). Deixo para a esposa, porque ela monta muito bem”, garante o camisa 8 do Peixe.
A decisão de Maria Angélica de mergulhar no hipismo aumentou a apreensão de Jobson, que precisou se acostumar a ser torcedor duas vezes.
“Sou torcedor nas duas áreas. Fico nervoso assistindo a ela nas competições e fico nervoso vendo os jogos do Santos. Está sendo uma coisa nova, mas estou muito feliz de ver o desempenho dela e dos meus companheiros em campo”, conclui o meio-campista, que deve voltar ao jogos no mês que vem.