Conselho Fiscal barrou venda de Veríssimo para evitar comprometer futuras gestões do Santos
Órgão quer analisar as minutas do contrato da proposta do Benfica para emitir um novo parecer sobre o negócio
A novela envolvendo o futuro do zagueiro Lucas Veríssimo segue agitando os bastidores do Santos. Após reprovar a venda do defensor ao Benfica por 6,5 milhões de euros (cerca R$ 41 milhões), o Conselho Fiscal alvinegro segue no aguardo das minutas da proposta para emitir um novo parecer sobre o tema. De acordo com o apurado por ATribuna.com.br, o órgão quer garantias de que o negócio não trará danos para as próximas gestões do clube.
Ainda conforme as informações obtidas pelo site, após receber as minutas, o Conselho Fiscal não irá analisar os valores da oferta. A decisão de aceitar ou não a proposta do Benfica e a forma de pagamento será do Conselho Deliberativo, caso o CF emita o parecer favorável.
Esse aval se faz necessário por conta da eleição presidencial do Santos. Conforme o estatuto do clube, nenhuma compra ou venda de jogadores pode ser feita sem a aprovação do Conselho Fiscal e Conselho Deliberativo a menos de três meses do pleito, previsto para ocorrer em 12 de dezembro.
Por que barrou?
O Conselho Fiscal barrou a venda de Veríssimo, pois a aprovação do negócio faria o clube antecipar e comprometer receitas de futuras gestões. Isso ocorreria porque o Benfica pagaria a compra de Veríssimo em cinco prestações anuais, com a primeira em janeiro de 2022, após o jogador defender o time de Lisboa um ano por empréstimo.
Em dificuldades financeiras, a diretoria do Santos, segundo o presidente em exercício Orlando Rollo, teria um acordo com um fundo de investimentos belga, que anteciparia o valor do negócio, mas com juros de 15% e encargos. E é justamente isso que preocupa o CF.
“O Benfica não poderia pagar esse fundo de investimentos diretamente. A Fifa não permite isso. Então, queremos olhar todas as minutas do contrato para termos a garantia de que esse negócio não trará prejuízos ou danos ao clube e às próximas administrações, como ocorreu no passado, por exemplo, com a Doyen”, explicou um dos membros do Conselho Fiscal, sob anonimato.
Em 2013, o Santos, com aporte da Doyen Sports, contratou o atacante Leandro Damião, do Internacional, por R$ 41,5 milhões. O Peixe ficou de ressarcir o grupo de investimento, mas isso não foi feito e o imbróglio, somado a outros negócios com esse parceiro, se arrasta até os dias atuais com brigas na Justiça que já resultaram em bloqueios das contas santistas.
Nesta quinta-feira
A cúpula alvinegra espera encaminhar as minutas ao Conselho Fiscal ainda hoje para conseguir uma reunião de emergência no Conselho Deliberativo já na próxima semana. O CF afirma estar à disposição para analisar a situação prontamente. O receio da direção é demorar para se posicionar e o Benfica viabilizar um outro negócio.
Durante a reunião do Conselho Deliberativo, Rollo afirmou que a venda de Veríssimo se faz necessária para que o clube tenha condições de honrar os salários dos próximos meses e, assim, evitar a perda de jogadores de graça na Justiça.