Após perder patrocinador, Santos mostra apoio a Robinho e evita julgamento
Empresa de odontologia, que tinha acordo com o Peixe até o fim do Campeonato Brasileiro, antecipou o fim do contrato
A polêmica envolvendo a contratação do atacante Robinho, condenado a nove anos de prisão em primeira instância por violência sexual contra uma jovem pela Justiça da Itália, começa a trazer prejuízo para o Santos. A Orthopride - empresa de odontologia - rompeu, nesta quarta-feira (14), seu contrato de patrocínio com o Peixe devido à chegada do jogador de 36 anos.
Horas após a decisão da empresa de desvincular a sua imagem a do clube, o Santos publicou nota em seu site oficial afirmando que segue no apoio ao combate à violência contra a mulher e garantindo que não irá “decretar juízo final de valor em um processo com recursos em andamento”.
De acordo com informações obtidas por ATribuna.com.br, o patrocínio da Orthopride tinha investimento fechado até o fim de 2020, mas, em razão da pandemia do novo coronavírus, o contrato foi prorrogado até o término do Campeonato Brasileiro, previsto para fevereiro de 2021.
Os valores do patrocínio eram pagos mensalmente. Além do investimento financeiro, a empresa mantinha um consultório de odontologia para os atletas das categorias de base, do elenco profissional e das Sereias da Vila.
O suposto crime cometido por Robinho, em conjunto com outros cinco homens, teria ocorrido em 2013, quando ele ainda defendia o Milan. A vítima seria uma mulher albanesa. O atleta, por meio de um corpo jurídico, recorre da sentença em primeira instância.
Confira a nota do Santos:
"O Santos FC, em seus 108 anos de história, sempre se caracterizou por ser uma instituição inclusiva e socialmente responsável. Referência no combate ao racismo, contra qualquer tipo de violência, especialmente contra a mulher, referência no investimento no futebol feminino e engajamento em diversas causas. Estes são pilares e valores que formam a identidade do Clube brasileiro mais conhecido no Mundo e motivo de raro orgulho por todas as suas contribuições para o desporto nacional. A agremiação também reconhecida pela excelência na formação de atletas, relação próxima e respeitosa por todos aqueles que em campo ajudaram a construir nossa história.
Com relação ao processo do atleta Robson de Souza, o Clube não pode entrar no mérito da acusação, pois o processo corre em segredo de Justiça na Itália e sobretudo o Santos FC orgulha-se de, em sua história, sempre respeitar as garantias fundamentais do ser humano, dentre as quais, a presunção da inocência e o respeito ao devido processo legal.
Ressalta-se ainda que não há condenação definitiva e o atleta responde em liberdade e não será o Santos FC que lhe dará uma sentença antecipada, prejulgando e o impedindo de exercer sua profissão.
Como Clube formador, onde o atleta viveu seus melhores momentos, em que teve diversas conquistas, não seria a nossa coletividade a lhe dar as costas e decretar juízo final de valor em um processo com recursos em andamento.
Não há mudança no posicionamento do Clube em relação ao combate à violência contra a mulher ou outras campanhas que sempre participou neste sentido. São valores irrenunciáveis e que fazem parte da história do legado Alvinegro.
Infelizmente vivemos na era dos cancelamentos, da cultura dos tribunais da internet e dos julgamentos tão precipitados quanto definitivos, porém há a certeza que o torcedor do Santos FC entenderá que compete exclusivamente a Justiça realizar o julgamento".