Pelé escreve carta a Putin e pede fim da guerra na Ucrânia: 'Esse conflito é cruel'
Rei do Futebol publicou pedido nas redes sociais antes de jogo da Ucrânia pelas Eliminatórias da Copa
Sensibilizado pela partida entre Ucrânia e Escócia pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Catar, Pelé escreveu, nesta quarta-feira, uma carta nas redes sociais ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, na qual pede o fim da invasão na Ucrânia. O maior jogador de futebol de todos os tempos lembra de um momento em que se encontrou com o líder russo.
"Eu quero utilizar a partida de hoje como uma oportunidade de fazer um pedido: pare com essa invasão. Não existem argumentos que justifiquem a violência", escreveu Pelé. "Quando nos conhecemos no passado e trocamos um grande sorriso acompanhado de um longo aperto de mão, era inimaginável que poderíamos um dia estar tão divididos quanto estamos hoje."
Pelé se encontrou com Putin durante a Copa das Confederações, em junho de 2017, em São Petersburgo, e também em dezembro do mesmo ano, em Moscou, no sorteio da Copa do Mundo, que foi disputado no ano seguinte, na Rússia.
"Anos atrás, eu prometi para mim mesmo que, enquanto eu conseguir, sempre levantarei minha voz a favor da paz. O poder de dar um fim a este conflito está nas suas mãos. As mesmas que apertei em Moscou, no nosso último encontro, em 2017", completou Pelé.
O poder de parar esse conflito está em suas mãos. As mesmas que eu apertei em Moscou, no nosso último encontro, em 2017.
Pelé.
Dentro de campo, a Ucrânia venceu a Escócia por 3 a 1 e agora está a uma vitória da classificação para a Copa do Mundo do Qatar. O próximo confronto é contra País de Gales, domingo (5), às 13h (de Brasília), em Cardiff. Caso se classifique, a Ucrânia entrará no Grupo B, que tem Estados Unidos, Inglaterra e Irã.
Confira a carta de Pelé para Vladimir Putin na íntegra
Vladimir Putin,
Hoje a Ucrânia tenta esquecer, ao menos por 90 minutos, a tragédia que assola o país. Competir por uma vaga na Copa do Mundo é uma tarefa difícil por si só - e quase impossível agora, com tantas vidas em jogo.
Quero usar a partida de hoje como uma oportunidade para fazer um pedido: pare a invasão. Não há nenhuma justificativa para essa violência contínua.
Esse conflito é cruel, injustificável e traz nada além de dor, medo, terror e angústia. Não há motivo para isso ir tão longe.
Quando nos encontramos no passado e trocamos sorrisos acompanhados por um longo aperto de mãos, eu nunca pensava que um dia iríamos estar divididos como estamos agora.
Guerras só existem para separar nações, e não há ideologia que justifique mísseis destruindo os sonhos de crianças, arruinando famílias e matando inocentes.
Eu vivi durante oito décadas, as quais presenciei guerras e discursos de ódio, promovendo atrocidades em nome de uma nação por meio de líderes covardes. Devemos parar com isso e evoluir.
Há muito tempo eu prometi para mim mesmo que eu sempre iria levantar minha voz pela paz.
