Bicampeão mundial, Nicholas Santos treina de olho em vaga em Tóquio
Nadador de 39 anos já disputou duas Olimpíadas e sonha com classificação para os Jogos Olímpicos de 2020
Bicampeão mundial de natação em piscina curta nos 50 metros borboleta, o nadador brasileiro Nicholas Santos, de 39 anos, não dá bola à idade e treina pesado para realizar um sonho: participar pela terceira vez de uma edição dos Jogos Olímpicos, que em 2020 serão disputados em Tóquio, no Japão.
Nadador mais velho da história a ser campeão mundial, nos 50m borboleta do Mundial de Piscina Curta de 2018, em Hangzhou, na China, Nicholas já participou de duas Olimpíadas: Pequim-2008 e Londres-2012, mas não obteve medalha.
Ele é especialista no nado borboleta, porém nas duas ocasiões disputou no estilo livre. Um roteiro que deve se repetir em busca do carimbo do passaporte para Tóquio-2020.
"Meu objetivo é nadar os 50 metros livre no ano que vem. Comecei meu planejamento e sei que tenho que desfazer algumas manias, pois estou sempre treinando o borboleta, mas voltei a treinar crawl e quero me classificar para Tóquio".
Segredo?
Perguntado sobre o segredo para cogitar participar dos Jogos Olímpicos quando já tiver 40 anos - idade em que muitos esportistas já se aposentam -, o atleta da Universidade Santa Cecília (Unisanta) lembra do esforço ao longo da carreira e da saúde de ferro, mas admitiu não ter explicação para tudo.
"Isso é uma questão de dedicação, de foco. Eu nunca tive uma lesão grave, também, e tem fatores genéticos que não consigo explicar. Todo mundo fala 'mas como você consegue?' e eu consigo falar como eu encaro situações adversas, mas na parte genética não consigo ajudar ninguém".
Um assunto recorrente para o nadador, que é natural de Ribeirão Preto(SP), é sobre sua longevidade no esporte. Ciente disso, Nicholas dá dicas para quem quer fazer como ele. "O primeiro ponto é colocar energia e 100% de si no que faz".
Ele acrescenta que esse "é um ponto fundamental para conseguir um bom resultado naquilo que a gente se propõe a cumprir".
Em equipe
Nicholas também lembra da necessidade de acreditar na equipe que o cerca em busca de tempos cada vez mais baixos. Na natação, uma vitória não se conquista sozinho e confiar nos treinadores e preparadores físicos faz diferença.
"O atleta tem que tomar muito cuidado com críticas que atribui a outras pessoas. Vejo muito isso de fora, mas nunca fiz".