Rotatividade de professores preocupa na rede municipal de ensino em São Vicente
Segunda maior rede na Baixada em termos de matriculas, manutenção da equipe será desafio à próxima gestão
A pedagoga Rosemeire Carvalho, 41 anos, acompanha de perto a rotina da filha Valentina sobre a EMEF República de Portugal, no Parque Bitaru, em São Vicente. Moradoras da Área Continental, mãe e filha superaram todos os desafios da Ponte dos Barreiros, entre 2019 e início de 2020, para manter em alta a participação da menina na escola.
“Na medida do possível a escola tenta, junto com a comunidade, oferecer uma boa educação às crianças, mas é difícil. O geral é bom, porque a merenda é diversificada e a segurança é controlada – apesar de eu achar que só pela proximidade com os Bombeiros”, conta Rosemeire.
Mesmo antes da pandemia do coronavírus, o maior problema, segundo mãe, era a instabilidade no ensino. “Há muita rotatividade de professores e cada um tem um método de ensino, acho muito difícil passar conteúdo de qualidade e garantir que as crianças entendam, aprendam”.
Outro aspecto notado por Rosemeire era o lapso de profissionais das aulas mais específicas, que mal tinham presença para conhecer e avaliar os estudantes. “Os professores faltam muito. Não sei pra quê existe aulas de Informática, Inglês ou Educação Física porque os professores nunca aparecem. Pra ser sincera, nem sei como calculam as notas”, conclui.
Demanda
São Vicente tem 116 unidades escolares por todos os bairros. São 54 creches, 60 escolas de Ensino Fundamental e dois centros de suplência (educação para adultos). De acordo com a Prefeitura, 44,2 mil alunos configuram o corpo discente, sendo 30% de Educação Infantil.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de escolarização na Cidade, de 6 a 14 anos, é de 96,7, conforme censo realizado em 2010.
Com a pandemia, São Vicente informa que seguiu as recomendações das autoridades sanitárias e acompanhou o plano estadual, com realização de aulas remotas via internet. Para os alunos que não têm acesso à internet, foram preparadas apostilas para a realização das atividades em casa.