Com discurso de terceira via, Arthur do Val quer desbancar o PSDB

Segundo deputado estadual mais votado em 2018, o popular "Mamãe Falei" defende o Pacto Federativo e as privatizações

Por: Régis Querino  -  17/02/22  -  18:06
Arthur do Val, pré-candidato do Podemos, se apresenta como a terceira via ao governo estadual
Arthur do Val, pré-candidato do Podemos, se apresenta como a terceira via ao governo estadual   Foto: Matheus Tagé/AT

A legítima terceira via para o Governo do Estado. É assim que o pré-candidato Arthur do Val (Podemos) se intitula na campanha para quebrar a hegemonia do PSDB em São Paulo e impedir que a esquerda tenha chance de assumir o Palácio dos Bandeirantes em 2023. Com um discurso favorável ao Pacto Federativo e às privatizações, o deputado estadual, popularmente conhecido como Mamãe Falei, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) e ex-apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), acredita que pode surpreender nas eleições.


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“Como pode, no estado mais rico da Federação, que seria a 21ª economia do mundo, ter 3,5 milhões de famílias sem lugar pra morar? A culpa é do PSDB, partido em que o governador só pensa em ser presidente. Ele não fala no principal motivo pelo qual estamos nessa situação, que é o Pacto Federativo. A gente não defende o que deveria defender, que é a autonomia orçamentária, 90% dos nossos recursos são roubados. Por isso me considero terceira via, sou o único pré-candidato que pode falar isso, porque não tenho rabo preso”, garantiu.


Para Arthur do Val, apesar de a reforma do Pacto Federativo ser assunto para o Congresso Nacional, o próximo governador paulista tem que liderar esse movimento, porque tem poder orçamentário que influencia as lideranças locais e as suas bases.

“Não é possível que o policial do Acre ganhe mais do que o policial de São Paulo. Minha mãe foi professora da rede pública a vida inteira e ganhou menos do que um terço do que ganhou o professor do Maranhão. A revisão do Pacto Federativo é urgente e necessária para a valorização do servidor. Não só do salário dele, mas das condições de equipamento. Hoje nós temos policiais revezando coletes”.


Habitação

Citando o déficit habitacional como um dos problemas mais graves no Estado, o pré-candidato acredita que o tema só será resolvido com a participação da iniciativa privada. “Todos os planos habitacionais partem do mesmo erro, que é o poder público colocando dinheiro em infraestrutura. Tem que fazer como Cingapura fez. Chama a iniciativa privada, zera qualquer tipo de imposto ou impeditivo burocrático e obriga que, naquela construção, a empresa se comprometa com um aluguel social de, por exemplo, 30 anos. Assim você resolve o problema habitacional de São Paulo”.


Educação

Na educação, o pré-candidato aposta no projeto Escola 360 para qualificar os ensinos fundamental e médio. Na proposta, as escolas estaduais abririam todos os dias do ano, inclusive aos finais de semana e no período de férias, oferecendo aos alunos atividades educacionais, esportivas e culturais, além de promover ações visando a educação financeira dos jovens.


“O programa Jovem Capitalista é para que o jovem desenvolva o potencial de ganhar dinheiro. O paulista é bom nisso, é inovador. Temos o maior centro financeiro da América Latina, que é a Faria Lima, e muitos destes estão loucos para incluir essa juventude no mercado financeiro. Eles só precisam de um link para entrar nas escolas e dar aula de educação financeira pros nossos jovens”.


Outra promessa de Arthur do Val é rever o orçamento para a educação no Estado. “Hoje é investido quatro vezes mais na educação superior do que na base. Vamos inverter isso, não cortando orçamentos da USP, da Unesp, mas que elas tenham financiamento privado. A inversão no orçamento permite com sobra que a gente invista onde realmente importa, que é na educação básica.


Baixada Santista

Quando o assunto foi a Baixada Santista, Arthur do Val defendeu a privatização do serviço de balsas Santos-Guarujá. Ele não descartou a possibilidade de uma obra de infraestrutura, como uma ponte ou um túnel submerso ligando as duas cidades, desde que o investimento não saia dos cofres do Estado. “Eu não acho que o poder público deva investir diretamente nisso, tem que vir necessariamente da iniciativa privada”.


Criticando o valor do pedágio cobrado no sistema Anchieta-Imigrantes, “o mais caro da América Latina”, o pré-candidato também disse que, se eleito, fará uma revisão de todos os contratos assinados pelos governos do PSDB com as concessionárias. “Infelizmente a transparência pra isso é quase nula. Eu sou assinante da CPI da Dersa na Assembleia, que não sai porque a presidência da Assembleia é do PSDB”, criticou.


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