Baixada Santista tem índice recorde de abstenções e supera média nacional

Santos foi a cidade onde mais eleitores faltaram às urnas: 33% deixaram de exercer o direito ao voto

Por: Júnior Batista  -  17/11/20  -  10:42
Primeiro turno das eleições ocorre no dia 15 de novembro
Primeiro turno das eleições ocorre no dia 15 de novembro   Foto: Alberto Marques/Arquivo/AT

Todas as nove cidades da Baixada Santista registraram aumento no número de abstenções nestas eleições. Em 2020, a porcentagem de pessoas que deixaram de votar foi maior que a média nacional em toda a região. 


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Santos foi onde menos se foi às urnas: 112.861 pessoas deixaram de comparecer, ou seja, 33,01% das pessoas que estão aptas a votar. Em 2016, na última eleição, o número de não votantes foi bem menor: 80.094 (23,94%).


Cubatão é a que mais se aproximou da média nacional, que é de 23,14%. Por lá, 22.293 eleitores não votaram, o que representa 23,8% do eleitorado. No último pleito esse número foi de 18.761 (19,26%).


Itanhaém também teve alto índice de abstenção: 32,42%. São 26.351 pessoas que não foram às urnas contra 20.192 da última eleição, em 2016, ou seja, 27,33%.


Para a professora e cientista política Clara Versiani, a pandemia fez com que muitas pessoas optassem por não ir às urnas por medo de contágio. “Esse cenário se repete pelo País. Pessoas que evitaram votar com medo de contágio, sobretudo os mais velhos e que fazem parte do grupo de risco. Problemas com o aplicativo para o registro da justificativa também contribuíram para isso, mas, sobretudo, a pandemia é a grande causadora deste movimento”, explica ela.


Clara reforça, no entanto, que é preciso um olhar atento aos locais onde a tendência de maior abstenção se mantém. Itanhaém, Peruíbe e Mongaguá, por exemplo, mantiveram altos índices de falta de comparecimento. 


“Uma coisa afeta a outra, mas é preciso observar onde já havia uma tendência a abstenções maiores de 20%, relativamente alta”, explica.


Para o economista e cientista político Fernando Wagner Chagas, no segundo turno os números tendem a serem até maiores e poderão fazer diferença nos locais que ainda possuem segundo turno, como São Vicente e Praia Grande.


“Normalmente, não há o mesmo interesse. Até porque não há a presença dos vereadores, que levam as pessoas às urnas, junto do candidato a prefeito. Não há essa posição. No eleitorado, ele vai ao segundo turno cansado, digamos assim. Parte do eleitorado não tem mais prioridade em votar, faz viagens etc”, ressalta.


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