Artigo: Por que ser prefeito? - Pelo candidato a prefeito de Guarujá, Valter Batista

Candidato pelo PSOL conta por que decidiu concorrer à vaga de chefe do Executivo de Guarujá

Por: Da Redação  -  16/10/20  -  14:40
  Foto: Divulgação

Valter Batista
Cidade: Guarujá
Partido: PSOL
Número: 50


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Um governo para nossa gente


Eu nasci em 1971, em Guarujá, no ano de inauguração da Piaçaguera. Nos quatro anos seguintes, a Prefeitura autorizou a construção de mais de 2 milhões de m3 de obras, mas nenhuma moradia popular.


Em 1973, meus pais foram desalojados do Morro da Glória, onde vivíamos em um barraco de madeira. Perdemos quase tudo. Minha mãe me conta que, ao me pegar no colo (eu era um bebê de 2 anos), pensava que ali tudo tinha acabado. Mas foi por mim que ela não desistiu. Ela me contava isso e me alertava que, para eu não ser vítima da mesma história, precisava estudar muito. E nunca deixasse de olhar para trás.


Eu pulei vala até meus 5 anos, na Vila Zilda, onde recebemos uma casa de madeira da Prefeitura, para recomeçarmos. Era um descampado com lama na chuva e poeira nos dias de sol. Ali próximo, em março deste ano, morreram várias pessoas no desmoronamento do Morro da Bela Vista.


Ainda hoje, os mesmos problemas persistem. Crianças seguem brincando de pular as valas espalhadas pela Cidade. Um Município que respira riqueza, com o 52º maior orçamento do País e 17º do Estado, mas com grande parte das pessoas na pobreza.


São 40 mil casas de temporada e deficit de 30 mil moradias para as mais de 100 mil pessoas que vivem em precárias condições. Números que deveriam envergonhar qualquer gestor público que assina os cheques de uma das cidades mais ricas da América Latina. Os desafios se agravam, com a redução de programas sociais, o desemprego crescente, a reestruturação produtiva, a supressão de direitos dos trabalhadores e uma pandemia sem precedentes, que matou centenas de pessoas aqui.


Um cenário que, observado por muitos, levaria a um discurso de austeridade, mas que sob meu ponto de vista é a oportunidade do povo assumir a reconstrução da Cidade. É preciso olhar para as potencialidades de Guarujá e Vicente de Carvalho, garantindo que os mais vulneráveis sejam colocados no orçamento municipal.


Precisamos que a saúde funcione de verdade, a educação seja emancipadora e a segurança se baseie na inclusão social, não na reprodução da violência. Que haja geração de renda a partir da Economia Solidária e, principalmente, que alguém administre a Cidade priorizando vidas e fazendo justiça social, transformando a riqueza do Município em oportunidades para todas as pessoas.


Dos Mirantes que marcam a atual gestão, com os milhões de reais originários do dinheiro público, não se veem as dezenas de bebês que morreram por falta de saneamento e atendimento. Este é motivo mais do que óbvio para eu acreditar que Guarujá precisa de mudança.


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