Técnica de enfermagem agredida em hospital de São Vicente é demitida por telefone
Contratada para atuar na linha de frente do combate contra a Covid-19, Vivian Almeida foi dispensada por telefone
Meses depois de assumir a administração das contas de um grupo de funcionários que atuava na linha de frente no combate contra a Covid-19, a Prefeitura de São Vicente dispensou trabalhadores para contratar novos profissionais para atuarem no hospital municipal. Além de perderem o emprego, os enfermeiros demitidos ainda não receberam seus direitos e nem os vencimentos de janeiro e fevereiro.
Sobre o assunto, a administração da cidade afirma que os cálculos indenizatórios já foram efetuados e encaminhados à Secretaria de Administração (Sead), para pagamento.
Uma das afetadas foi a técnica de enfermagem Vivian Almeida Rafael, que trabalhava na unidade de saúde desde o início da pandemia. Em conversa com ATribuna.com.br, a profissional afirma que as dificuldades tiveram início no mês de novembro, após a prefeitura se responsabilizar pelo grupo. "Chegamos a receber o salário de dezembro depois de cobrarmos muito, mas depois foi só dificuldade", revela.
Outro grande incômodo de Vivian é que a administração municipal teria prometido que estes profissionais só seriam dispensados após o fim do surto da Covid-19 na região.
Como estava afastada do trabalho após ser agredida no hospital, a mulher foi notificada do desligamento via telefone. "Fiquei nesse impasse, sem saber o que fazer, procurei a prefeitura, secretário de saúde e diversas pessoas que poderiam me atualizar sobre a situação, mas um fica jogando a responsabilidade para o outro".
Sobre os salários atrasados, a profissional de saúde garante que conversou com pessoas da administração municipal em janeiro, que prometeram que os débitos seriam resolvidos em breve. "Me confirmaram que iriam resolver a situação com a gente, mas passou semanas e já temos outro salário para receber e nada", afirma.
O que diz a Prefeitura de São Vicente?
A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), informa que no início do nova gestão foi constatada irregularidade na forma de pagamento dessa organização social, bem como a continuidade de um serviço sem contrato.
Diante destes fatos, foi realizado levantamento dos profissionais para o pagamento em forma de indenização, visando contemplar de forma justa os profissionais que trabalharam no enfrentamento à Covid-19.
A Sesau esclarece que os salários de novembro e dezembro desses profissionais já foram pagos. Sobre os vencimentos de janeiro e fevereiro, a pasta informa que já foram efetuados os cálculos indenizatórios e encaminhados à Secretaria de Administração (Sead), para pagamento.
Sobre a dispensa dos profissionais, a Sesau declara que não houve promessa de que esses funcionários continuariam a trabalhar no local. Já foi iniciada a contratação de funcionários, de forma emergencial, e alguns desses trabalhadores já estão sendo substituídos.