Tartaruga morre na Ilha Porchat vítima de pesca de arrasto na Baixada Santista

O veterinário Eduardo Filetti foi chamado ao local na noite de domingo para tentar salvar o animal

Por: Nathália de Alcantara  -  31/03/21  -  11:13
O veterinário Eduardo Filetti foi chamado ao local na noite de domingo para tentar salvar o animal
O veterinário Eduardo Filetti foi chamado ao local na noite de domingo para tentar salvar o animal   Foto: Foto: Eduardo Filetti/Arquivo Pessoal

Uma tartaruga encontrada sobre as pedras na Ilha Porchat, em São Vicente, pode ter sido mais uma vítima da pesca de arrasto na região, algo que não tem fiscalização. Em Santos, a regulamentação de pesca ainda será discutida na Câmara.


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O veterinário Eduardo Filetti foi chamado ao local na noite de domingo para tentar salvar o animal, que estava ferido e morreu antes que ele chegasse ao local.


“Essa prática é proibida porque muitos animais são pegos. A tartatura fica presa e não consegue subir para respirar ou acaba se cortando e morrendo”, explica.


Segundo Filetti, o animal estava bastante machucado e quem o resgatou foi um grupo de jovens. “Eles me ligaram para ajudar. Aquele é o habitat delas. As tartarugas são importantes e é fundamental que a gente as preserve”.


A chefe da unidade do Ibama em Santos, Ana Angélica Alabarce Pinto, diz que havia um projeto na praia, no qual fiscais, obervadores e monitores acompanhavam a pesca, mas isso é algo que nem existe mais.


“Havia um certo controle, mas hoje ninguém monitora nem fiscaliza esse tipo de situação”.


Ela explica ainda que todas as informações sobre amimais mortos que são encontrados nas praias são passadas para um mapa para estudos. “Alguns pescadores fazem certinho, mas outros, na calada da noite, agem de outra forma”.


Mais animais


No final de janeiro, 24 raias de uma espécie ameaçada de extinção, as raia-ticonha (Rhinoptera bonasus) foram achadas nas praias de Santos por fiscais do Instituto Gremar. Na noite anterior, um morador registrou uma pesca com rede de arrasto no local onde foram encontradas as raias.


Na Cidade, o vereador Marcos Libório (PSB), que foi secretário de Meio Ambiente de Santos de 2017 a 2020, instituiu a Comissão Especial de Vereadores para discutir a pesca.


“Houve o retorno hoje (ontem) das sessões pelo modo on-line com pauta prioritária de covid-19, mas as demais agendas estão suspensas por enquanto. Nesse tempo, deve acontecer o amadurecimento do debate da pesca artesanal e esportiva, que é diferente da pesca predatória de forma sistemática e que não respeita a vida marinha”.


Para ele, que tem conversado com os pescadores, é preciso controle de cadastro para favorecer a fiscalização. “É necessário investir no assunto e apostar em equipamentos”.


A Reportagem entrou em contato diversas vezes com a Polícia Ambiental pedindo entrevista e números a respeito do assunto, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.


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