Sindicato diz que metade dos servidores de São Vicente vai parar

Greve, por tempo indeterminado, tem início previsto para 0h desta quinta-feira (10)

Por: Sandro Thadeu  -  09/03/22  -  08:58
Atualizado em 09/03/22 - 20:32
SindServSV aponta impasse nas negociações, e já houve protestos; Prefeitura cita debate permanente
SindServSV aponta impasse nas negociações, e já houve protestos; Prefeitura cita debate permanente   Foto: Matheus Tagé/AT

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Vicente (SindServSV) confirmou que pouco mais de metade dos 6.652 integrantes da categoria entrarão em greve, a partir da zero hora de amanhã, devido ao impasse nas negociações de reajuste salarial aos trabalhadores.


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A Administração informou que “analisa medidas cabíveis para garantir o número suficiente de servidores nos equipamentos públicos, a fim de evitar prejuízos aos cidadãos”. Como os profissionais da Educação são representados por outra entidade, as escolas deverão permanecer abertas.


O presidente do SindServSV, Edson Paixão, afirmou que o Município não apresentou nenhuma contraproposta desde a última quinta-feira, quando os trabalhadores estiveram reunidos em assembleia e aprovaram a paralisação por tempo indeterminado.


A entidade defende uma correção de 16% nos vencimentos, índice da inflação acumulada nos últimos dois anos, enquanto o Executivo ofereceu apenas 1,5% de reajuste.


Em entrevista concedida na semana passada para A Tribuna, o prefeito Kayo Amado (Pode) disse que não havia justificativa para a greve, pois a negociação continuava aberta.


“Só me resta pensar que podem existir elementos políticos por trás da greve”, justificou ele, na ocasião.


Paixão rebateu as declarações do chefe do Executivo. “Trata-se de uma fala infantil para alguém que é responsável pelo gerenciamento de uma cidade. É brincadeira oferecer um reajuste de 1,5% para quem teve perdas de 16% nos últimos dois anos”, desabafou.


Diálogo
O Município explicou que, no ano passado, foi instituída uma mesa permanente para estabelecer um diálogo com os sindicatos.


“Mesmo com a grave crise financeira da Prefeitura e com as expectativas do cenário econômico pós-pandemia, a atual gestão reservou R$ 200 milhões no orçamento para a valorização dos servidores”, informou a Administração Municipal.


A gestão destacou que os projetos de lei sobre o reajuste do funcionalismo ainda não foram enviados para a Câmara, pois ainda aguarda o posicionamento das entidades. Citou, ainda, que o Executivo continua aberto ao diálogo e à negociação.


Proposta
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal de São Vicente (Sintramem), Roberto Ciccarelli Filho, afirmou que será realizada amanhã, às 18 horas, uma assembleia no Clube Nissei (Avenida Capitão Luiz Pimenta, 56, Parque Bitaru) para avaliar a proposta de reajuste salarial para a categoria.


Segundo ele, durante a mesa de negociação com a Prefeitura, foram obtidos avanços para corrigir problemas históricos, como a grande diferença salarial entre os professores de Educação Básica (PEBs) 1 — que atuam nas séries iniciais do Ensino Fundamental — e 2 .


“Por meio do diálogo, foi identificado que seria possível fazer essa equiparação salarial, pois as duas funções exigem formação universitária e não havia razão para haver essa diferenciação. A ideia é que essa correção seja feita nos próximos três anos”, explicou.


Segundo Ciccarelli Filho, a proposta que será apreciada pelos educadores prevê, ainda, que os docentes conseguirão atingir o piso salarial nacional dos profissionais do Magistério.


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