Sem acordo com a Prefeitura, servidores de São Vicente mantém a greve

Categoria decide manter o movimento, enquanto aguarda uma nova contraproposta da Administração Municipal

Por: Régis Querino  -  11/03/22  -  19:30
Servidores de São Vicente fizeram passeata e manifestação na porta da Prefeitura
Servidores de São Vicente fizeram passeata e manifestação na porta da Prefeitura   Foto: Divulgação SindServSV

Os servidores municipais de São Vicente decidiram nesta sexta-feira (11) manter a greve, iniciada na última quinta (10), diante da falta de acordo com a Prefeitura. Depois de uma passeata pela manhã, que saiu do SindServSV e foi até o Hospital Municipal (antigo Crei), cerca de 250 pessoas participaram da Assembleia Geral, que rejeitou a proposta da Administração Municipal. Segundo o presidente, Edson Paixão, o sindicato estará de plantão neste final de semana aguardando uma contraproposta.


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“Por enquanto não tem nenhum aceno (da Prefeitura), mas a gente acredita que tem que haver isso para resolver logo esse impasse”, comentou Paixão, que elogiou a adesão dos servidores ao movimento. “Nós pensamos que a decisão liminar prejudicaria o movimento grevista, mas a resposta da categoria tem sido vigorosa, como se pode deduzir pela intensa participação de cerca de 600 pessoas no ato de quinta e sexta, com a forte participação em assembleia e em nova manifestação com o mesmo volume de mobilização”.


O SindServSV reivindica a reposição de 16% da inflação acumulada após dois anos sem reajuste, enquanto a Prefeitura oferece apenas a correção de 1,8% nos vencimentos dos funcionários públicos. Durante o ato desta sexta, os servidores relataram as razões da greve por meio de um jogral na porta do Hospital Municipal. A manifestação terminou no início da tarde, na porta da Prefeitura, onde os servidores distribuíram uma carta à população.


Segundo o secretário geral do sindicato, Marcelo Arias, a greve não cresceu mais por força da liminar concedida na quarta-feira (9) pela Justiça, que determinou que o SindiServSV garantisse que apenas 20% dos trabalhadores da saúde e da educação, de cada unidade, participassem do movimento. O departamento jurídico do sindicato recorreu da liminar e aguarda nova decisão.


Educação aprova proposta

Enquanto Prefeitura e SindServSV não chegam a um acordo, o Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal de São Vicente (Sintramem) aprovou por maioria absoluta a proposta da gestão municipal para a categoria, em Assembleia Geral, realizada na quinta-feira (10). “Entendemos que a proposta é vantajosa para a categoria dos professores por conta do Fundeb, que cresceu bastante e ofereceu para a gente a possibilidade de corrigir alguns erros históricos”, comentou o presidente do Sintramem, Roberto Ciccarelli Filho.


Depois de 11 anos ganhando abaixo do piso nacional do magistério (R$ 3.845,00, por 200 horas mensais), os professores de São Vicente terão seus salários corrigidos. O professor de educação infantil 1 (Peb 1), que atende creche e o ensino do primeiro ao quinto anos, passará de R$ 3.230,00 para R$ 3.850,07, enquanto o professor de educação infantil 2 (Peb 2), que ministra aulas para as turmas do sexto ao nono anos, terá o valor reajustado de R$ 3.790,00 para R$ 4.192,12.


Os atendentes operacionais, que hoje recebem abaixo do salário mínimo, também terão seus vencimentos reajustados. O atendente operacional 1, que recebe R$ 949,43, e o atendente operacional 2, com salário atual de R$ 1.072,00, passarão a receber R$ 1.378,28.


Para que os novos pisos passem a vigorar, o Sintramem espera que a proposta seja transformada em acordo coletivo na próxima semana e a parte econômica vire projeto de lei. Após aprovado em duas sessões na Câmara Municipal, os servidores terão os salários reajustados e retroativos a fevereiro deste ano.


Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Gestão (Seges), informou que "a proposta foi aprovada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Magistério e somente foi reprovada pelo Sindicato dos Servidores".


A administração municipal lamentou que "o Sindicato dos Servidores tenha rejeitado a proposta de reajuste apresentada, já que é fruto de um esforço orçamentário e financeiro para conseguir dar algum benefício ao servidor em tempo de grave crise financeira". E afirmou ainda que "irá apresentar uma nova proposta aos representantes da categoria".


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