São Vicente faz repasse para empresa de ônibus, mas greve continua
A Otrantur deve pagar parte dos débitos com dinheiro da prefeitura, mas trabalhadores seguirão de braços cruzados
Em assembleia no final da tarde desta segunda-feira (4), funcionários da Otrantur, empresa responsável pelo transporte coletivo em São Vicente, decidiram continuar em greve. A decisão foi tomada após audiência de conciliação entre representantes da concessionária e do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Região no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.
A paralisação foi mantida apesar de a Prefeitura ter quitado o pagamento de mais uma parcela do subsídio mensal que tem repassado à Otrantur. Conforme a TV Tribuna, esse dinheiro permitirá o pagamento dos salários deste mês e do vale-alimentação da equipe de manutenção e fiscalização, que está atrasado. Além disso, ainda faltam duas parcelas de um acordo firmado com a categoria.
A existência desse crédito a receber foi decisiva para que os funcionários mantivessem a greve. Eles garantiram, porém, que continuarão a respeitar a liminar (decisão judicial provisória) pela qual devem ser mantidos 70% da frota nos horários de pico (das 6 às 19 e das 16 às 19 horas) e 50% nos demais períodos. Segundo o sindicato, isso representa 22 ônibus, mas a empresa vinha trabalhando com menos de 30 coletivos por dia.
Em entrevista para a TV Tribuna, o diretor administrativo e jurídico da Otrantur, Dário Alencar, afirma ter sido surpreendido pela publicação do prefeito, Kayo Amado (Podemos), nas redes sociais.
“Tomamos como surpresa a extinção por caducidade do nosso contrato. Então, partindo desse princípio, a concessionária aguarda uma manifestação oficial do poder concedente pra gente entender exatamente o que é alegado”, conta.
O diretor administrativo e jurídico também informou em entrevista que, mesmo com o repasse de R$ 400 mil feito pela Prefeitura, faltou uma equiparação financeira e por isso não foi possível equilibrar os gastos.
“Nossa folha de pagamento hoje gira em torno de R$ 580 mil, então ainda faltam R$ 180 mil para que a gente possa minimamente deixar os funcionários com suas famílias e com as suas despesas em ordem. Então isso depende também do nosso caixa, da nossa catraca e do custo do diesel”, conclui o representante.
A Prefeitura de São Vicente voltou a informar que, com o decreto de rescisão contratual, a Otrantur seguirá operando até o fim do mês. Enquanto isso, a Administração Municipal fará um contrato emergencial, para que uma nova empresa assuma o transporte público na Cidade em agosto, até que seja aberto um processo licitatório para que uma empresa opere o serviço em definitivo.