São Vicente espera decisão judicial para liberar caminhões na Ponte dos Barreiros

Por enquanto, continua a restrição a veículos pesados na reformada Ponte A Tribuna

Por: Júnior Batista  -  27/07/22  -  07:32
Atualizado em 27/07/22 - 14:42
Após a recuperação completa da estrutura, a capacidade de sustentação passou de 32 para 45 toneladas, segundo a Prefeitura
Após a recuperação completa da estrutura, a capacidade de sustentação passou de 32 para 45 toneladas, segundo a Prefeitura   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Prefeitura de São Vicente aguarda autorização da Justiça para liberar a Ponte Jornal A Tribuna, conhecida como Ponte dos Barreiros, para veículos pesados, como caminhões.


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Em ofício enviado no dia 22 à Vara da Fazenda Pública na Cidade, a Administração sustenta que a recuperação da estrutura elevou sua capacidade de sustentação de 32 para 45 toneladas. O argumento é baseado em avaliação feita no mês passado pelo Laboratório de Sistemas Estruturais (LSE), uma empresa particular de São Paulo.


A estrutura liga as áreas Insular e Continental da Cidade. A entrega oficial da reforma foi ontem de manhã, e a liberação ao tráfego ocorreu às 17 horas de segunda-feira. Na cerimônia, o prefeito Kayo Amado (Pode) salientou que espera uma decisão judicial para a retomada do trânsito pesado na ponte, mas comentou que “estamos com todos os esforços para liberar o mais rápido possível”.


“O sentimento é muito especial, de alegria e alívio. Hoje (terça-feira) é um dia de celebrar, mas também marca a fiscalização para que a estrutura nunca mais fique num estado deplorável, como ficou”.


A segunda etapa da reforma custou R$ 37,5 milhões. Agora, a estrutura suporta até 45 toneladas de cargas e vai ter vida útil estimada em mais 50 anos. Serão necessárias, conforme a legislação, inspeções rotineiras anuais e, de cinco em cinco anos, especiais.


Um dos principais pontos foi a recuperação estrutural das 217 estacas da ponte, que ganhou câmeras de monitoramento.


"Muda tudo"

Na Área Continental, moradores comemoraram a reabertura total da Ponte dos Barreiros. “Agora, muda tudo. Eu estava grávida e tive que esperar mais de uma hora para atravessar. Isso quando não ia a pé. Era um desgaste muito grande”, afirma a autônoma Vitória Regina, de 26 anos.


Durante a reforma, ela se mudou para o Bairro Cidade Náutica, no lado Insular, mas ainda vai até a Área Continental para consultas médicas das duas filhas.


A também autônoma Larissa Simões, de 46 anos, passou um susto durante a travessia enquanto estava vigente o sistema siga e pare — em que o trânsito fluía em um sentido por vez. Ela conta que, como as maternidades ficam no lado insular, chegou a atravessar a ponte prestes a dar à luz.


“Quase dei à luz na ponte, porque precisava fazer as consultas do coraçãozinho (do bebê). E as bicicletas (carrocelas utilizadas para a travessia) demoravam muito. Afora que esperar para atravessar era ficar com medo de assalto ou fugindo de mosquitos”, diz ela, que mora há 20 anos do lado Continental.


O motorista de carreto Waldemir Aragão, de 51 anos, espera que haja mais serviço. “Era bem difícil, demorava muito para atravessar. Agora, esperamos o retorno às melhores condições".


Histórico

A ponte foi bloqueada em 30 de novembro de 2019, por ordem judicial, sob risco de colapso. Em dezembro daquele ano, o Governo Federal liberou a verba para a recuperação da estrutura, que, em março do ano seguinte, foi disponibilizada pela Caixa Econômica Federal. As obras foram divididas em duas fases. A primeira, em caráter emergencial, no valor de R$ 5.767.831,91, e a segunda, com investimento de R$ 51.877.415,79, com a recuperação das demais estacas e a reforma geral.


A primeira fase das obras começou em abril de 2020, a cargo da Terracom, e foi finalizada em 6 de junho daquele ano, com a recuperação de 52 estacas com maior desgaste. Em 1o de julho de 2020, a ponte foi reaberta para veículos leves, com autorização do Tribunal de Justiça de São Paulo. Em 1o de setembro, também após decisão da Justiça, foi liberado o tráfego para ônibus urbanos e caminhões do Corpo de Bombeiros. A licitação para a segunda fase das obras foi suspensa, em fevereiro do ano passado, por supostas irregularidades. Em 29 de abril, no entanto, o processo foi retomado e a empresa Jatobeton assumiu a obra.


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