Prefeitura e servidores de São Vicente trocam farpas depois de não chegarem a acordo em audiência
Após frustrada tentativa de conciliação no Tribunal de Justiça, SindServSV faz nova assembleia para discutir greve
Atualizado em 25/03/22 - 18:19
Após o fracasso na audiência de conciliação realizada nesta quinta-feira (24) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em que os servidores e a Prefeitura não chegaram a um acordo, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Vicente (SindSerSV) faz nova assembleia nesta sexta (25), às 19 horas, para definir se mantém a greve, iniciada no último dia 10. O impasse gerou uma troca de farpas entre as partes.
Em comunicado, a Prefeitura informou que desde outubro de 2021 vem conversando com o SindServSV e o Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal de São Vicente (Sintramem) para negociar o reajuste salarial dos servidores. Citando o “difícil cenário econômico no qual se encontra a Administração Municipal”, a Prefeitura destacou o acordo com o Sintramem, que aceitou o reajuste de 1,8% e a ampliação de benefícios para a categoria.
Por outro lado, a Prefeitura criticou a decisão do SindServSV, que “declarou greve antes de ouvir essa mesma proposta (aceita pelo Sintramem), paralisando a mesa de negociação e posteriormente descumprindo uma liminar judicial”. Pela decisão, o SindServSV teria que garantir a presença de 80% dos profissionais de serviços essenciais e 30% nos setores administrativos.
A Prefeitura acusou o sindicato de não cumprir a liminar afirmando que o Hospital Municipal (antigo Crei) passou a trabalhar com apenas 18% da equipe de auxiliares de enfermagem, prejudicando o atendimento à população. A Administração Municipal garantiu, ainda, que respeita a greve, desde que o sindicato cumpra as determinações da Justiça.
SindServSV rebate
Também em nota, o SindServ-SV afirmou que a Prefeitura “tenta enganar a população ao responsabilizar o sindicato pela defasagem histórica no quadro de servidores, em especial no Crei”.
O sindicato frisou que “a greve nunca ameaçou a continuidade de nenhum serviço público, diferentemente da má gestão deste e de governos passados, que mantém um número insuficiente de servidores para atender o munícipe, e com salários bem abaixo da média do mercado”.
O SindServSV acusou ainda a Administração Municipal de mentir para a população “ao falsear números e tentar deslegitimar a greve, que é justa e considerada legal” e omitir que “o juiz negou o pedido de execução de multas pelo suposto descumprimento de liminar”.
Diante da ausência de nova proposta, o sindicato lamentou a falta de respeito da Prefeitura “aos trabalhadores que compuseram a linha de frente no combate à pandemia” e justificou a decisão de propor a ação de dissíduo coletivo.
