Policiais militares da Baixada Santista casam em cerimônia comunitária: 'Sonho a realizar'

Nove casais irão celebrar a união nesta quinta-feira (25), em São Vicente

Por: Ágata Luz  -  25/11/21  -  10:43
Atualizado em 25/11/21 - 14:17
Ronne é policial militar e mantém um relacionamento com Sabrina há seis anos
Ronne é policial militar e mantém um relacionamento com Sabrina há seis anos   Foto: Arquivo pessoal

Emoção multiplicada por nove. Assim será o casamento comunitário de integrantes da Polícia Militar nesta quinta-feira (25), às 19h, em São Vicente. Isso porque nove diferentes casais da Baixada Santista irão celebrar a união em um único evento planejado e realizado pela Associação de Apoio à Família Policial Militar (AFAPM).


“Existem os casais onde ambos são militares e os casais em que apenas ele é militar, ela não”, explica a presidente da ONG, Renata Marcondes da Silva, sobre os participantes, que têm realidades diferentes. Alguns estão juntos há mais tempo, outros há menos e, na ocasião, será celebrado o matrimônio de um casal homoafetivo, são duas militares.


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Em entrevista para A Tribuna, Renata relembra as etapas dos seis meses de planejamento do evento, que incluiu: “divulgação, cadastro dos interessados, documentação no cartorário, parcerias para vestidos, cabelos, maquiagem, viagem e curso para casais”.


A organizadora diz que este será um casamento tradicional, com direito a vestido de noiva e entrada individual, celebrante cristão, padrinhos e pajens. O diferencial está nos noivos, que estarão fardados. A cerimônia e a festa ocorrerão em um Buffet de São Vicente.


Afora o casamento comunitário, a AFAPM também promoveu outra ação social dentro do evento. “Nós pedimos que cada participante deste casamento leve um pacote de fralda descartável ou geriátrica para que a gente possa atingir a nossa demanda e doar para pessoas que nos procuram”, cita Renata, em referência a outro serviço realizado pela ONG.


Cada casal terá o direito de levar 10 pessoas para o casamento. Porém, convites também foram vendidos para a oportunidade de mais convidados. Segundo a presidente da associação, o casamento ainda contará com a participação de autoridades políticas da região, além do efetivo da PM.


“A expectativa é muito grande, um sonho está prestes a se realizar, estamos muito felizes”, afirmou o policial militar, Ronne Serafim de Souza, de 25 anos. Junto há seis anos com a bombeiro civil Sabrina Ribeiro Batista, de 28 anos, ele planejava oficializar a união há um ano. “Porém, por questões financeiras não deu certo. Graças a Deus e a ONG, apareceu esta oportunidade do casamento comunitário. Não pensamos duas vezes em participar”.


Planejamento do evento reuniu os casais em alguns encontros realizados pela AFAPM por seis meses
Planejamento do evento reuniu os casais em alguns encontros realizados pela AFAPM por seis meses   Foto: Arquivo Pessoal

Sabrina relata que está muito ansiosa, mas tem a certeza de que tudo estará lindo. “O que a ONG está fazendo, não só pela gente, mas por todos os casais, ninguém faz”, enfatiza, dizendo que consegue enxergar o carinho por trás da preparação do casamento.


A ideia do casamento
De acordo com a presidente da AFAPM, a ideia do casamento comunitário surgiu como solução para questões burocráticas e como um motivo para a celebração da família.


“Nossa ONG tem muitos problemas com a morte dos policiais, em fazer com que a SPPREV (São Paulo Previdência) reconheça a união estável destes militares”, afirma, dizendo que são muitos processos burocráticos para liberação de documentação às viúvas.


“Nós resolvemos montar um casamento comunitário que será anualmente para evitar que esses problemas ocorram e para facilitar a vida desses policiais militares. Mas não é só por isso, pois acreditamos que a família precisa ser o centro das nossas vidas e queremos ajudá-los a celebrar esse momento”, finaliza Renata.


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