Meningite deixa morador de São Vicente sem o movimento das pernas: 'Minha vida parou'

José Aniudo dos Santos luta por única esperança de melhora, a fisioterapia: 'Posso recuperar até 90% dos movimentos'

Por: Ágata Luz  -  30/04/21  -  14:21
    Antes e depois de José Aniudo perder os movimentos da perna; fisioterapia é melhor chance de recuperação
Antes e depois de José Aniudo perder os movimentos da perna; fisioterapia é melhor chance de recuperação   Foto: Arquivo Pessoal

A vida de José Aniudo dos Santos, de 37 anos, mudou após o diagnóstico de meningite bacteriana em 2020. O morador de São Vicente ficou em coma e, contrariando a previsão médica, sobreviveu e acordou após 48 dias. Porém, sem o movimento das pernas. Agora, após lutar contra a meningite, José - mais conhecido como Léo Coimbra - busca tratamento de fisioterapia pela saúde pública de São Vicente: ‘Me falaram que posso chegar a recuperar até 90% dos movimentos’.


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O tratamento, no entanto, tem sido motivo de outra batalha. Isso porque após duas ou três consultas, Léo não foi mais atendido na clínica Reabilitar, da Prefeitura de São Vicente, porque o local pausou os atendimentos por conta da pandemia de Covid-19. Com a fisioterapia como a única esperança de melhora, Léo insiste nas consultas: “Quando eu ligo são super ignorantes. É um descaso”.


O paciente ainda relembra que já tinha uma deficiência nas pernas porque foi atingido por uma bala perdida há 15 anos atrás, mas afirma que tinha uma rotina ativa, pois andava com auxílio de uma bengala. “Agora minha vida parou. Vivo em cima de uma cama, dependendo da minha mãe para tudo”, desabafa.


Segundo Léo, quando teve meningite bacteriana, ele não sentiu nenhum sintoma até o dia que passou mal. “Um dia eu estava na rua, cheguei em casa com uma dor de cabeça muito forte e fui dormir. Eu não lembro, mas minha mãe disse que de madrugada eu cai da cama me batendo”, relata.


A família acionou o resgate e ele foi encaminhado ao Hospital Municipal de São Vicente. Porém, com o diagnóstico de meningite bacteriana, Léo foi para o hospital Emílio Ribas, em Guarujá. Desde então, o paciente ficou em coma. “Os médicos falaram para minha família procurar velório, pois as chances eram mínimas”, lembra.


Após 48 dias, ele acordou: “Minha mãe falou que ela e minha irmã estavam no quarto quando abri os olhos”. Léo não lembra dos primeiros dias depois do coma e precisou ficar internado por mais dois meses para ter alta.


Agora ele quer se recuperar totalmente para voltar a rotina normal. Segundo Léo, após diversas reclamações, a Administração Municipal entrou em contato para reagendar as sessões de fisioterapia.


Resposta da Prefeitura


Procurada por ATribuna.com.br, a Prefeitura de São Vicente enviou uma nota sobre o atendimento ao paciente. Leia na íntegra:


A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau), informa que, durante o período de maior restrição da pandemia, alguns profissionais do Reabilitar foram remanejados para auxiliar em atendimentos de urgência e emergência.


Com o retorno das atividades do Reabilitar, seguindo o decreto municipal que permite apenas 30% da capacidade máxima de ocupação para clínicas de fisioterapia, foi necessário remanejar o atendimento dos profissionais.


Após esse remanejamento, uma consulta foi marcada para o Sr. José Aniudo no dia 20/04, porém o paciente não compareceu na data marcada. Uma nova consulta foi agendada para o dia 27/04, mas, novamente, o paciente não compareceu.


Após faltar em duas consultas, o Sr. José Aniudo pediu para que os agendamentos fossem feitos no período da tarde. A equipe do local está avaliando a melhor data e horário para que uma nova consulta seja marcada.


Além disso, o paciente já foi orientado por sua fisioterapeuta, desde o ano passado, sobre a importância de manter os exercícios em casa, pois possui pesos e caneleiras para realizá-los. A evolução de seu quadro não depende de equipamentos especializados.


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