Marcha em São Vicente pede atenção para a violência contra as mulheres

Segundo dados, a cada 9 minutos, há registro de agressão sexual contra elas no país

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  08/03/20  -  16:01
Evento realizado no Centro de São Vicente faz parte do Dia Internacional das Mulheres
Evento realizado no Centro de São Vicente faz parte do Dia Internacional das Mulheres   Foto: Carlos Nogueira/AT

A cada nove minutos, uma mulher é vítima de algum tipo de violência sexual no país. O dado do Anuário Brasileiro de Segurança Pública foi um dos pilares da marcha do Dia Internacional de Luta das Mulheres, realizada na tarde de sábado (7), no Centro de São Vicente.


Sob o tema “A vida começa quando a violência acaba: Liberdade é viver se medo!”, a mobilização também lançou luz à escalada do feminicídio – assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica.  


Apesar de a quantidade de assassinatos apresentar queda de 19%, na comparação de 2019 e 2018, casos de feminicídios seguem elevados. No ano passado, houve um aumento de 7,3% em crimes dessa natureza. Foram 1.314 vítimas pelo fato de serem mulheres, uma média de um registro a cada sete horas.  


“A bandeira [do ato] é para a gente se manter firme diante o aumento do feminicídio e do genocídio do povo negro, filhos dessas mulheres”, afirma Aldenir Dida Dias, integrante do Coletivo Feminista Classista Maria vai com as Outras.  


Ela avalia que a escalada de feminicídios pode ser explicado pelo maior volume de denúncias de casos de violência doméstica. A cada dois minutos, uma mulher registra agressão sob a Lei Maria da Penha. “O segundo motivo é o incentivo do Governo Federal na questão do armamento [flexibilização de posse de arma], e campanha de ódio contra as mulheres, negros, indígenas e LGBT”. 


Maria Fernanda Portolani, do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, recorda que 8 de Março é dia de luta de todas a trabalhadora. “As perdas de direitos trabalhistas afetam mais as mulheres, em especial as negras, que ocupam subempregos”. 


Ela afirma que encontro também serviu para celebrar “a memória das mulheres que lutaram muito antes” da atual geração. 


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