Mais votado em São Vicente, Jefferson Cezarolli quer presidir a Câmara: ‘Tenho preparo para assumir’
Aos 31 anos, ele foi eleito para o cargo com 3.178 votos. Educação e empregos estão entre os focos do mandato
Fomentar a inserção de jovens no mercado de trabalho e a inserção de projetos sociais em bairros carentes. Essas são algumas metas de Jefferson Cezarolli para os quatro anos de mandato como vereador em São Vicente. Eleito aos 31 anos com 3.178 votos, ele também se colocou à disposição para presidir a Câmara dos Vereadores.
Jefferson Cezarolli vem da Área Continental e é fruto do RenovaBR, projeto de preparação de lideranças políticas. Nos últimos cinco anos, ele acompanhou de perto sessões da Câmara vicentina. Filiado ao Podemos, apoiou Kayo Amado nas eleições para o Poder Executivo da cidade. Em meio a projetos para educação, assistência social e empregos, ele espera ser um dos símbolos de renovação política em São Vicente.
Como está sua expectativa para o mandato? Quais áreas você pretende dar maior atenção?
As expectativas são imensas. Desde que eu entendi minha missão na política eu esperei por esse momento. Estou ciente de que os principais problemas que enfrentamos na cidade são complexos e que não existe solução mágica. Mas com trabalho sério é possível a gente ir atrás de soluções para muita coisa.
Como sou fruto de projetos sociais, sei bem a importância das instituições desse segmento, sobretudo nos bairros mais carentes. É fundamental que o Poder Público tenha um olhar mais atento à questão social, e por isso eu defendo a retomada de trabalhos tão promissores como o antigo CECOF e a JIP, dos quais eu participei. O primeiro mantinha atividades de recreação, ensino de informática, música, esportes, dança, entre outras. Ao invés de ficarem nas ruas, como hoje, as crianças tinham com o quê ocupar seu tempo, e cresciam com outra mentalidade. Já a JIP oferecia qualificação profissional aos jovens, e por meio dela milhares de jovens foram inseridos no mercado de trabalho, inclusive eu. É mais do que uma gratidão, o que eu tenho é a consciência de que isso muda vidas. Por isso minhas principais lutas serão por uma atenção especial à educação e à qualificação profissional.
Aos 31 anos, você é eleito o vereador mais votado de São Vicente. Como está sendo isso para você? Acha que a cidade passa por uma renovação política?
Sem dúvidas. Dos 15 atuais vereadores, 10 não conseguiram se reeleger. O prefeito atual sequer foi para o segundo turno. As urnas deram um recado muito claro, e a cidade vai iniciar 2021 com uma renovação histórica.
E quanto a mim, ser o mais jovem e o mais votado é algo que me alegra muito, mas ao mesmo tempo coloca sobre mim uma responsabilidade ainda maior. Vou trabalhar para honrar cada voto e fazer com que meus eleitores tenham orgulho da escolha que fizeram.
Como será a sua atuação na Câmara dos Vereadores? Tem intenção de presidir o Legislativo?
Eu vou fazer um mandato junto com as pessoas. Estimular a participação popular nas decisões, ser transparente e ser um porta-voz daqueles que hoje não são ouvidos.
Sobre a Presidência, já coloquei meu nome à disposição. Sei que é um grande desafio, mas tenho articulação, formação e preparo para assumir. Mais do que isso, tenho vontade de fazer diferente, algo que a população deixou claro que é urgente e necessário para essa legislatura. De qualquer forma estamos discutindo com os demais colegas da Casa.
Como será o diálogo com o Poder Executivo? Por ser do mesmo partido, acredita que haverá melhor comunicação?
Eu e o Kayo construímos juntos um projeto para São Vicente. Nos últimos anos andamos por toda a cidade, nos conectamos com pessoas boas e que nos ajudaram tanto a estruturar quanto a tornar esse projeto conhecido. Então, mais do que ser do mesmo partido, nós falamos a mesma língua. É claro que isso não significa que eu vou abrir mão do meu verdadeiro papel, que é fiscalizar o Executivo, mas um bom diálogo entre os vereadores e o prefeito é fundamental para que a cidade avance. E isso certamente teremos.
Qual a importância do projeto RenovaBR na sua formação como político?
O RenovaBR foi muito importante na minha formação, pois além de me qualificar para os desafios, me permitiu conhecer outras lideranças de todo o País que estão conectadas para fazer a mudança política a partir da realidade de suas cidades. Essa troca de experiências abre a visão, e faz a gente perceber que não é necessário “inventar a roda” para fazer uma política melhor. O Brasil está cheio de bons exemplos que podem ser aplicados tanto em São Vicente quanto em outras cidades. No RenovaBR nós temos pessoas comuns fazendo política fora do comum.
Há mais de cinco anos você acompanha sessões na Câmara Municipal de São Vicente. O que você observou nesse período? O que pretende mudar?
Eu poderia pontuar muita coisa, mas algo que sempre me incomodou bastante é a falta de discussões, tanto com a sociedade quanto entre os próprios vereadores. Os projetos chegam, são colocados pra votação e só. Não há diálogo, troca de ideias. É tudo muito protocolar. Eu sempre defendi, inclusive na campanha, a participação popular e a transparência. E isso é algo que pretendo fazer em meu mandato.
Quais projetos de lei você já tem em mente para apresentar na Câmara?
Como uma das minhas bandeiras é a participação e a transparência, pretendo lutar para tornar possível a implantação da Escola da Cidadania, um projeto que tem funcionado em outras cidades. Levar educação política e aproximar a sociedade das decisões é fortalecer a democracia. As pessoas precisam entender que elas são importantes na construção política, e que a mudança só ocorrerá a partir das nossas ações.
Outro projeto importante está ligado à nossa bandeira de oportunidades, que tem como objetivo fomentar a inserção de jovens no mercado de trabalho através do primeiro emprego. A qualificação profissional também é algo necessário para a nossa cidade, e vamos atuar por isso.
