Vereadores de Santos aprovam mausoléu para vítimas dos Crimes de Maio

Assassinatos ocorreram há 15 anos. Entre os dias 12 e 21 de maio de 2006, 564 pessoas foram assassinadas no estado

Por: Sandro Thadeu  -  21/05/21  -  18:32
  Proposta ainda precisa ser aprovada em segunda discussão na Câmara de Santos
Proposta ainda precisa ser aprovada em segunda discussão na Câmara de Santos   Foto: Divulgação

A Câmara de Santos aprovou nesta quinta-feira (20), em primeira discussão, o projeto de lei que determina à Prefeitura a construção de um mausoléu em homenagem às vítimas dos chamados Crimes de Maio, que ocorreram há exatos 15 anos.


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Segundo informações da Defensoria Pública de São Paulo, entre os dias 12 e 21 de maio de 2006, 564 pessoas foram assassinadas em todo o Estado, sendo 505 civis executados por grupos de extermínio. Nesse período, 59 agentes da segurança pública perderam a vida.


Autor da proposta, o vereador Chico Nogueira (PT) explicou que a criação desse monumento já vinha sendo discutido pelo ex-prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) com o movimento Mães de Maio, mas ainda não saiu do papel.


“Esse movimento que nasceu em Santos tem um reconhecimento local, nacional e até mundial. Essa luta por Justiça não pode cair no esquecimento”, destacou o petista ao defender a criação desse mausoléu.


Fábio Duarte (Podemos) relembrou que 36 policiais foram assassinados de forma covarde, em maio de 2006, e questionou se havia alguma mãe de um agente do Estado no movimento Mães de Maio.


“Como eu posso falar de um mausoléu sobre as vítimas se os funcionários do Estado foram as maiores vítimas dessa história? Isso é brincadeira!”, desabafou Duarte, que votou contra a propositura, assim como Sérgio Santana (PL) – ambos são policiais militares reformados.


Cacá Teixeira (PSDB) explicou ao colega que Nogueira, na justificativa do projeto, apontou que o mausoléu também faz referência aos policiais mortos naquele período.


Débora Camilo (PSOL) ressaltou a importância e a legitimidade do movimento Mães de Maio, que lutam por Justiça até hoje, pois esses crimes praticados por agentes da segurança pública seguem sem esclarecimentos e os autores, impunes. “O Estado precisa responder por isso. Essa luta jamais pode ser esquecida. Infelizmente, sabemos o quanto ainda existem casos de violência policial”.


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