Terrenos ocupados por Portuguesa Santista e Portuários são vendidos por R$ 71,2 milhões
Áreas da União ficam localizadas no bairro Jabaquara. Confira qual empresa venceu a licitação
A empresa Ancora Administração e Comércio Ltda, com sede em São Paulo, foi a vencedora da licitação feita na tarde desta quinta-feira (5), pelo Ministério da Economia, para a venda de dois terrenos da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) no Jabaquara, em Santos. As áreas, totalizando 96,2 mil metros quadrados, foram compradas por R$ 71,250 milhões. Atualmente, são ocupadas pela Associação Atlética Portuguesa e da Associação Atlética dos Portuários.
A Ancora, que pertence ao grupo varejista Peralta (que teve seu primeiro supermercado em Cubatão, em 1957), ofereceu R$ 60 milhões pelo terreno de 93,1 mil metros quadrados entre a Rua Cincinato Braga e a Avenida Francisco Manoel. Essa área é ocupada pelos dois clubes, sendo o Portuários em 74 mil metros quadrados e a Portuguesa Santista em 19,1 mil metros quadrados. O preço mínimo estipulado era de R$ 30,4 milhões.
Já o outro terreno, de pouco mais de três mil metros quadrados na Avenida Senador Pinheiro Machado, 300, foi adquirido por R$ 11,250 milhões. O preço mínimo previsto era de R$ 11,208 milhões. Esse espaço não tem construções, mas costuma ser usado como estacionamento pela Portuguesa Santista. O lance inicial previsto é de R$11.208.837,12.
Os dois terrenos pertenciam à União e são utilizados de forma irregular pelos clubes há muitos anos. Ambos são alvo de ações de reintegração de posse por parte do Governo Federal e as providências para a individualização do registro imobiliário ficarão sob responsabilidade da empresa compradora.
A Tribuna solicitou ao Ministério da Economia detalhes da transferência das áreas. A pasta informou que “o próximo passo é a homologação da concorrência pública no Diário Oficial da União, pagamento pelo licitante e assinatura do contrato de compra e venda do imóvel”.
Clubes se manifestam
Em entrevista para A Tribuna, no último dia 13 de julho, os presidentes do Portuários, Márcio de Carvalho Felipe, e da Portuguesa Santista, Carlos Ribeiro, disseram não temer a venda dos terrenos que os clubes ocupam desde 1973. Segundo eles, a cessão foi feita, na época, pela Companhia Docas de Santos (CDS), atual Autoridade Portuária. Eles acreditam numa parceria com o comprador para encerrar as brigas judiciais.
Ao saber a empresa que adquiriu as áreas, eles demonstraram boa expectativa. “Entendemos que teremos uma solução definitiva para a situação do clube. Sentaremos com o Grupo Peralta e não temos dúvidas que chegaremos a uma solução boa para o clube e para os nossos associados, bem como para os acionistas do Peralta. O Portuários dá boas-vindas ao grupo e tem a certeza de uma solução amigável”, diz Márcio.
Para Ribeiro, é um primeiro passo de uma corrida. “Temos uma excelente expectativa, muito respeito pela iniciativa privada. Muita coisa ainda vai acontecer, estamos felizes de ser uma empresa da região. Nossos associados podem ficar tranquilos, tudo será feito na maior tranquilidade”.
A Portuguesa tem hoje em torno de 400 sócios. No Portuários, são 500 associados pagantes (cerca 200 inadimplentes hoje) e outros dois mil sócios remidos (não pagam).
