Santos vacina idosos com 85 anos ou mais só em policlínicas nesta sexta

A imunização começará às 8h e acontecerá em quase todas as unidades do município; veja onde se vacinar

Por: Nathália de Alcantara  -  12/02/21  -  09:14
Entre os 9,5 milhões de imunizados, 3.467.045 receberam a segunda dose da vacina
Entre os 9,5 milhões de imunizados, 3.467.045 receberam a segunda dose da vacina   Foto: Matheus Tagé/AT

Após um dia de transtornos para idosos que precisaram superar desorganização, calor e até aglomeração para se vacinar contra a covid-19, a Prefeitura de Santos avisa que a imunização seguirá nesta sexta-feira (12), mas sem o drive thru da Arena Santos.


Com isso, as 1.405 doses restantes a pessoas com 85 anos ou mais serão aplicadas em 28 policlínicas da Cidade. Especialistas definem o método de vacinação desse grupo como “totalmente contra a lógica”.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


A imunização para idosos com 85 anos ou mais começará às 8h. Quase todas as policlínicas do Município estarão de portas abertas nesta sexta-feira (12) – ficam de fora da mobilização contra a covid-19 apenas as unidades Alemoa, Monte Serrat e Penha.


Críticas


A respeito das dificuldades vividas pelos santistas na última quarta (10), o doutor em infectologia e professor universitário Marcos Caseiro explica que o que tem acontecido é totalmente o contrário do que se pede desde o começo da pandemia. “Temos falado sobre distanciamento social e evitar aglomeração, mas estão expondo os indivíduos no pior momento e isso é muito grave.”


Ele diz que essa é uma tentativa de ter controle das vacinas, mas a logística adotada traz o risco de aglomeração a um grupo de risco. “Isso é negativo. Seguimos apanhando em muitos aspectos e isso é resultado de falta de planejamento. Quando chega vacina, que é pingado, uma merreca, é feito esse planejamento totalmente contra a lógica.”


Quem concorda é o diretor da Sociedade Paulista de Infectologia, Evaldo Stanislau. “Existem peculiaridades e é compreensível que adotem um sistema desse jeito para vacinar muitas pessoas e rápido, mas é evidente que não deu certo.”


O médico, que atua no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explica que a situação deve servir de lição. “Ninguém faz as coisas para prejudicar e errar, mas é preciso aprimorar esse sistema. Claro que as pessoas estão ansiosas e era previsível essa corrida pela vacina.”


O também infectologista Eduardo Santos diz se sentir frustrado e envergonhado de ver o que tem sido feito com os idosos. “É muito triste ver que eles precisam esperar em pé por horas, aglomerados e expostos, para garantir a vacina.”


Outro lado


Segundo o secretário municipal de Saúde, Adriano Catapreta, os drives não funcionarão nesta sexta-feira (12) por conta das poucas doses restantes. “Dá menos de 50 por policlínica”. Ele acredita que Santos voltará a receber vacinas só no começo de março e estima algo em torno de 10 mil doses. No entanto, explica que é sempre difícil saber.


“O Estado sempre avisa de um dia para o outro, em cima da hora, então não sabemos quantas receberemos nem quando. Estou fazendo uma estimativa”.


Para a próxima remessa, Catapreta diz que um novo esquema é estudado para evitar aglomeração. “Além das policlínicas, teremos a Arena Santos e outro drive, mas avaliamos disponibilizar também um ou dois ginásios”.


O Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) pediu ao Estado mais vacinas contra a covid-19. O presidente do Condesb e prefeito de Santos, Rogério Santos, diz que “há uma defasagem de 30% de doses aos idosos”.


Em resposta, a Secretaria de Estado da Saúde informa ter enviado 115 mil doses à Baixada, mais de 43,5 mil delas só para Santos. “Desse quantitativo, conforme atualização do site Vacina Já, foram aplicadas 24,3 mil, ou seja, ainda há doses para continuidade da campanha”.


O Estado reforça que a execução da campanha, com organização, distribuição e aplicação das doses, é responsabilidade dos municípios.


Logo A Tribuna